Órgão quer proibir diversos itens plásticos descartáveis na Europa

Regras seriam mais leves para embalagens de bebidas e copos

Bruxelas | AFP

A Comissão Europeia, órgão que defende interesses da União Europeia em diversas áreas, propôs, nesta segunda-feira (28), a proibição de produtos plásticos que são utilizados apenas uma vez, como cotonetes, pratos e talheres. Além disso, foram propostas outras medidas para reduzir o lixo em mares e oceanos.

“O plástico pode ser um material fantástico, mas temos de usá-lo de maneira mais responsável”, diz o vice-presidente da entidade, Jyrki Katainen.

As medidas de Bruxelas se concentram no plástico dos utensílios de pesca e em dez produtos de uso único, que se encontram com frequência em praias e mares da Europa, totalizando, 70% dos resíduos marinhos.

Amostras plásticas coletadas pela The Ocean Cleanup's Mega Expedition, em 2015
A iniciativa The Ocean Cleanup's Mega Expedition coletou amostras de lixo plástico que vagavam no oceano - Divulgação

A Comissão propõe a proibição de cotonetes, talheres, pratos, canudos, ou bastões de balões fabricados com plástico e que têm um uso único. 

Os recipientes plásticos de bebidas poderiam continuar a ser comercializados apenas se suas tampas e rolhas fossem reutilizáveis.

Em relação a potes e copos de plástico, os diferentes países da UE (União Europeia) deverão estabelecer metas de redução, propondo produtos alternativos, ou impedindo a distribuição gratuita desses objetos.

Cada um dos países da UE também deverá conseguir recolher, até 2025, as garrafas plásticas de uso único. A Comissão propõe, por exemplo, estabelecer sistemas de consignação, como existem em alguns países para as garrafas de vidro.

Os fabricantes de produtos como absorventes femininos e lenços umedecidos deverão indicar nos rótulos como esses produtos devem ser reciclados, além de oferecer informações sobre seu impacto ambiental negativo.

Em relação aos resíduos usados na pesca —27% do lixo encontrado nas praias—, Bruxelas propõe que fabricantes assumam os custos de sua coleta.

A nova etapa na luta contra os resíduos plásticos, que agora deve ser debatida no Conselho da UE e com o Parlamento Europeu, soma-se à medida já em vigor de restringir sacolas plásticas.

Em 2017, um levantamento da organização Orb Media, que contou com a participação da Folha, verificou a presença de fibras microscópicas de plástico na água de torneira de todo o mundo. 

Para o estudo, foram coletadas 159 amostras de água potável em cinco continentes, das quais 83% continham pedaços de plástico.

Recentemente, a mesma organização, também com participação da Folha, demonstrou presença de plásticos em 93% das amostras analisadas —testes em mais de 250 garrafas de 11 marcas.

Especula-se que os microplásticos, que se soltam até de roupas de tecido sintético, possam transferir produtos químicos tóxicos quando consumidas por pessoas.

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