Descrição de chapéu desmatamento

Para combater madeireiro em área militar, FAB pede 'intervenção civil'

Desde 2015, houve ao menos três casos em que militares pediram ajuda às agências ambientais federais

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Manaus

O  saque de madeira em áreas protegidas no Pará não vem poupando sequer o Campo de Provas Brigadeiro Velloso da Força Aérea Brasileira (FAB), na Serra do Cachimbo, localizado perto da divisa com o Mato Grosso, no sul do estado.

Desde 2015, houve ao menos três casos em que os militares pediram ajuda às agências ambientais federais. 

Caminhões com toras de madeira extraídas ilegalmente apreendidas pelo IBAMA na região de Novo Progresso (PA)
Caminhões com toras de madeira extraídas ilegalmente apreendidas pelo IBAMA na região de Novo Progresso (PA) - Lalo de Almeida/Folhapress

No episódio mais recente, em 11 de outubro, a FAB acionou uma equipe do Ibama para desmantelar um acampamento de madeireiros. Dois tratores e uma camionete foram encontrados e destruídos, mas os invasores fugiram.

Pouco antes, em junho, agentes do Ibama já haviam feito uma operação, também a pedido da FAB. Apreenderam quatro tratores, três motos e uma motosserra, levados para a base aérea. Os criminosos de novo escaparam.

O campo de provas da Aeronáutica possui 21.588 km2, tamanho equivalente ao estado de Sergipe. A área está localizada no entorno da BR-163, um dos principais focos de desmatamento, madeira e garimpo ilegais da Amazônia.

O roubo de madeira de áreas protegidas é uma prática comum no Pará. Para esquentá-las, os criminosos costumam utilizar créditos fictícios da Semas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará), emitidos a partir de inventários superestimados de planos de manejo legais.  

O problema na base aérea da Serra do Cachimbo não é de hoje. Em agosto de 2015, em outra solicitação dos militares, agentes do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e PMs inspecionaram uma fazenda vizinha à base aérea, do empresário Rodrigo Salvadori, 38. 

Os agentes apreenderam e destruíram 123 m3 de madeira, além de embargar uma área de 196 hectares. Salvadori, que mora em Londrina (PR), onde é sócio da empresa JPL Indústria e Comércio de Embalagens. 
O empresário paranaense foi multado em R$ 985 mil, mas recorreu e até hoje não há uma decisão final. 
Em contato com a empresa por telefone no final de abril, a reportagem foi orientada a enviar as perguntas por email, mas não houve resposta aos questionamentos.

A FAB informou, via assessoria de imprensa, que no ano passado, "foram encontrados objetos relacionados à prática de ilícitos. Como a FAB não possui poder de apreensão de tais objetos, comunicou ao Ibama, que efetuou a apreensão.”

“A FAB coopera com o Ibama no transporte aerologístico de profissionais, equipamentos e bens, além de fornecer imagens de reconhecimento aéreo para apoiar o instituto”, completa a nota.

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