Descrição de chapéu Planeta em Transe

Poluição do ar causa 7% das mortes nas grandes cidades da Índia, diz estudo

Pesquisadores associam milhares de mortes à exposição diária a micropartículas cancerígenas

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AFP

Mais de 7% das mortes ocorridas em dez das maiores cidades da Índia foram causadas pela poluição do ar.

O dado é de um estudo publicado nesta quinta-feira (4) na revista científica Lancet Planetary Health, no qual os pesquisadores pedem medidas para salvar vidas.

"Nossos resultados, baseados em dados de 2008 a 2019, mostram que cerca de 7% das mortes podem ser atribuídas à exposição diária a partículas PM2,5", disse Jeroen de Bont, um dos autores do estudo e pesquisador do Karolinska Institutet. PM2,5 são partículas finas, com um diâmetro inferior a 2,5 micrometros, causadoras de câncer.

A imagem mostra uma área industrial coberta por uma densa fumaça. Estruturas metálicas e equipamentos industriais são visíveis, com postes e fios elétricos ao redor. Um pássaro pode ser visto voando no céu enevoado.
Fumaça se eleva de um incêndio que começou em aterro de Nova Deli, na Índia - Money Sharma - 22.abr.2024/AFP

A equipe, liderada por indianos, analisou os níveis de PM2,5 nas cidades de Ahmedabad, Bengalore, Mumbai, Calcutá, Chennai, Nova Délhi, Hyderabad, Pune, Shimla e Varanasi.

Mais de 33 mil mortes anuais podem ser atribuídas à exposição a níveis de PM2,5 maiores do que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 15 microgramas por metro cúbico, aponta o estudo. O número representa 7,2% das mortes registradas nessas cidades no período citado.

A pior situação foi observada na capital do país, com 12 mil mortes anuais relacionadas à poluição do ar, ou 11,5% do total.

Mesmo em cidades onde a poluição não é considerada tão grave, como Mumbai, Calcutá e Chennai, foram registrados níveis elevados de mortes, segundo os pesquisadores, que pediram o endurecimento dos padrões de qualidade do ar.

A recomendação atual do país é de 60 microgramas de PM2,5 por metro cúbico —quatro vezes mais alta do que a orientação da OMS.

Joel Schwartz, pesquisador da Universidade de Harvard, um dos autores do estudo, ressaltou que reduzir e aplicar o limite "salvará dezenas de milhares de vidas por ano".

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