Acuado por madeireiros, Ibama aborta operação em Rondônia
Agentes ficaram sem apoio aéreo após incêndio criminoso de caminhão-tanque
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Em vitória dos madeireiros ilegais, o Ibama interrompeu nesta sexta-feira (5) uma operação na Terra Indígena (TI) Zoró (RO) após um caminhão-tanque do órgão ambiental federal ter sido incendiado.
Apoiada por PMs, uma equipe do Ibama estava na região desde a última terça-feira (2) e deveria ter ficado até o dia 20 deste mês, mas sofreu diversos ataques por parte dos madeireiros. Na mata, foram impedidos de avançar após os criminosos desmontarem uma ponte e derrubarem árvores sobre as estradas clandestinas que cortam a TI.
Na quinta-feira (4), um caminhão-tanque com querosene de aviação para abastecer helicópteros do Ibama foi incendiado por madeireiros perto da perto da vila de Boa Vista do Pacarana, a 592 km a sudeste de Porto Velho. A comunidade praticamente vive da madeira ilegal extraída das três terras indígenas da região.
Mesmo com as dificuldades, os agentes conseguiram destruir quatro caminhões e quatro tratores dos madeireiros. A legislação permite a destruição de equipamentos e veículos apreendidos durante fiscalização ambiental, por meio do artigo 11 do decreto 6.514, de 2008.
Apesar do respaldo legal, o presidente Jair Bolsonaro já criticou publicamente essa prática. Em 12, de abril, chegou a gravar um vídeo desautorizando uma operação semelhante do Ibama em Rondônia.
“Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, me veio falar comigo com essa informação [destruição de equipamentos]. Ele já mandou abrir um processo administrativo para a apurar o responsável disso aí. Não é pra queimar nada, maquinário, trator, seja o que for, não é esse procedimento, não é essa a nossa orientação”, disse à época.
Neste sábado (6), a reportagem pediu uma entrevista via WhatsApp ao diretor de Proteção Ambiental, o major da PM de São Paulo Olivaldi Azevedo, mas não houve resposta. Na quinta-feira (4), a Folha solicitou informações sobre o ataque ao Ministério do Meio Ambiente, sem sucesso.
Até o ano passado, ações mais delicadas na ficavam a cargo do GEF (Grupo Especializado de Fiscalização), a unidade de elite do Ibama, subordinada à Dipro. No governo Bolsonaro, no entanto, o grupo ainda não foi empregado na floresta amazônica.
Na semana passada, a Polícia Federal prendeu nove madeireiros e apreendeu dois caminhões com toras dentro da TI Sete de Setembro, vizinha à TI Zoró.
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