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Lula quer discussão climática no currículo escolar

Presidente voltou a criticar países desenvolvidos, que 'acham que tudo se resolve prometendo dinheiro'

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (8) que vai conversar com o ministro da Educação, Camilo Santana, para incluir a discussão climática no currículo escolar do Brasil.

Lula também voltou a defender uma reforma no sistema de governança global, acrescentando que o formato atual permite que pontos pactuados em conferências acabam sem efeitos práticos por falta de ratificação dos parlamentos.

"Países ricos acham que tudo se resolve prometendo dinheiro. Não é só dinheiro, queremos é participação científica, contribuição, ter os recursos necessários para salvar uma espécie que vive na Amazônia, que são os ribeirinhos, os pescadores, os quilombolas", disse o presidente.

Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 20 jul. 2023/Folhapress

A fala do mandatário aconteceu durante a sua live semanal na internet, o Conversa com o Presidente. A transmissão foi feita a partir de Belém (PA), onde acontece a Cúpula da Amazônia.

As questões ambientais foram praticamente os únicos assuntos discutidos durante a transmissão. Lula afirmou que o tema meio ambiente não é "mais uma coisa trivial, de gente que é lunático" e que atualmente todos estão envolvidos. Por isso disse que é preciso que o assunto seja ensinado nas escolas e que por isso já conversou com o ministro da Educação.

"A questão ambiental hoje ela está dentro da casa das pessoas. Eu, inclusive, estou defendendo que o ministro da Educação [Camilo Santana] coloque no currículo escolar a questão do debate do clima. Temos que ter aulas para as crianças sobre a questão do clima, o significado das pessoas cuidarem das coisas, de fazerem coleta seletiva de lixo", afirmou o presidente.

"Se você não colocar na escola, você não cria uma geração de pessoas preparadas para educar os mais velhos e as futuras gerações. Nós vamos colocar no currículo escolar, essa é uma discussão que eu vou fazer com o ministro Camilo, para ele fazer junto ao pessoal da educação, porque eu acho fundamental", completou.

Lula cobrou a participação de governos estaduais para atingir a metade de desmatamento zero na Amazônia até 2030.

Ao mencionar a participação de governadores e prefeitos, o petista disse que não quer fazer as coisas "na marra". E então voltou a falar em premiar governantes locais que atingem metas de redução dos crimes ambientais.

"Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. E não vamos fazer na marra. Temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução", disse.

O presidente afirmou que a COP (Conferência das Nações Unidas sobre o clima), que será realizada no próximo ano, em Belém, será um marco na discussão climática. No entanto, pediu que haja uma "decisão de cumprimento", pontos no documento final que obriguem os países a cumprirem o acordado.

E nesse momento pediu uma reforma no sistema de governança global, em particular na ONU (Organização das Nações Unidas).

"O que queremos é que daqui saia uma grande decisão. E é por isso que o Brasil tem exigido uma nova governança mundial. Se você tirar uma decisão aqui em Belém, sobre a questão do clima, e não houver uma decisão de cumprimento, volta para o Estado nacional e os Congressos nem sempre aprovam e aí a coisa não funciona".

O mandatário brasileiro afirmou que os governos dos Estados Unidos e da Europa foram rápidos ao encontrarem recursos para superarem crises econômicas e para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, mas que precisam também ter o mesmo senso de urgência em relação às mudanças climáticas

Lula também afirmou que a Amazônia é um território soberano do Brasil, mas que o país está aberto a compartilhar do ponto de vista da ciência, com o mundo.

"O território soberano do brasil não estará fechado à ciência do mundo inteiro", completou.

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