Siga a folha

Descrição de chapéu mudança climática

A misteriosa criatura marinha descoberta por cientistas na costa britânica

Nova espécie de lesma-do-mar pertence a grupo encontrado em águas mais quentes, que pode estar migrando devido às mudanças climáticas

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Helen Briggs
BBC News Brasil

Uma nova espécie de lesma-do-mar foi descoberta nas águas do Reino Unido.

Ela foi capturada no sudoeste da Inglaterra por um navio de pesquisa —e recebeu o nome de Pleurobranchaea britannica.

A lesma-do-mar recém-descoberta possui brânquias com aparência de plumas em um lado do corpo - Ross Bullimore

A criatura recém-descoberta pertence a um grupo encontrado em águas mais quentes, que pode estar migrando para o norte devido às mudanças climáticas.

Com as temperaturas dos oceanos batendo níveis recordes, há preocupação com o impacto na vida marinha.

Ross Bullimore, do Centro de Ciência do Meio Ambiente, Alimentação e Aquicultura (CEFAS, na sigla em inglês), fez a descoberta inesperada.

Aproximadamente cem lesmas-do-mar diferentes são encontradas nas águas da Grã-Bretanha e da Irlanda, mas ele soube imediatamente que se tratava de algo especial.

"Foi como uma lâmpada se acendendo", diz ele.

Os cientistas afirmam que a descoberta mostra que ainda temos muito a aprender sobre a vida nos mares que banham o Reino Unido, que estão entre os mais bem estudados do mundo.

"Encontrar uma nova espécie que não seja microscópica é bastante emocionante. Mostra que ainda há trabalho a ser feito", declarou Peter Barry, do CEFAS.

Beleza e variedade

As lesmas-do-mar são um tipo de molusco marinho sem concha, conhecido por sua notável variedade e beleza.

Apesar do tamanho diminuto —chegam a apenas cerca de 5 cm de comprimento—, elas são um predador alfa que ocupa uma posição-chave na cadeia alimentar.

Muitas vezes referidas como "espécies indicadoras", elas podem ajudar os cientistas a compreender a saúde dos ecossistemas marinhos devido à sua sensibilidade aos impactos das mudanças climáticas e às pressões humanas.

Os membros do grupo ao qual pertence a nova espécie —Pleurobranchaea— são normalmente encontrados no norte de Espanha, no Senegal e em todo o mar Mediterrâneo.

"Estamos vendo a presença de uma espécie [pertencente a um grupo] que sempre foi registrado em águas mais quentes", explica Ross Bullimore.

"Isso pode indicar que o que estamos observando é que este grupo de espécies é capaz de expandir ainda mais seu alcance porque as condições estão se tornando mais favoráveis ou mais apropriadas para isso."

Mas o aumento das temperaturas dos oceanos gera preocupação em relação à vida marinha.

Oceanos mais quentes e ondas de calor incomodam espécies de peixes e baleias —e, à medida que elas se deslocam em busca de águas mais frias, tumultuam a cadeia alimentar.

Especialistas alertam que populações de peixes podem ser afetadas.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas