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Descrição de chapéu queimadas

Vídeo: Veja como fumaça das queimadas se espalhou pelo Brasil no último mês

Imagens do observatório Copernicus mostram como poluição aumentou de forma expressiva de 1º de agosto a 9 de setembro

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Madri

A sequência de incêndios florestais em vários pontos do Brasil está espalhando um manto de fumaça com poluentes que já se alastrou por boa parte do território nacional, afetando também países vizinhos.

Os dados são do CAMS (Serviço de Monitoramento da Atmosfera, na sigla em inglês) do observatório Copernicus, da União Europeia.

Imagens fornecidas à Folha pela instituição mostram como o material particulado produzido nas queimadas, que gera poluição, aumentou de forma expressiva entre 1º de agosto e 9 de setembro. Mesmo regiões que não foram diretamente atingidas pelas chamas vêm sendo afetadas pela fumaça, que se espalha com o vento.

Na primeira imagem, o levantamento indica um nível moderado de concentração de aerossóis –oriundos principalmente pela queima de biomassa–, no norte e no centro do Brasil, especialmente na região amazônica.

Os fogos localizados, combinados ao clima seco, já influenciam a qualidade do ar.

Imagem de satélite do observatório climático europeu Copernicus mostra fumaça causada por queimadas no Brasil em 1º de agosto de 2024

A partir de 11 de agosto, os dados já evidenciam a intensificação da concentração do material particulado. Plumas densas de fumaça já cobrem uma área maior da região central e norte do país.

As regiões em vermelho no mapa indicam um aumento das queimadas, que deterioram a qualidade do ar em uma área cada vez maior.

Em 21 de agosto, os níveis de aerossóis estão ainda maiores, evidenciando maior atividade dos incêndios. A fumaça é transportada pelo vento.

As concentrações atingem também o Centro-oeste e o Sudeste e já se espalham para o Sul.

Pouco depois, em 31 de agosto, a situação se deteriora em uma área bem mais ampla. As queimadas prosseguem, com as concentrações de aerossóis aumentando e encobrindo grande parte do Brasil. O fumaça já se estende para países vizinhos.

Grandes incêndios também na Bolívia contribuem para piorar a situação. Várias regiões do mapa estão sinalizadas em vermelho escuro, indicando profundidade alta dos aerossóis, associados a fogos intensos.

Na segunda-feira, 9 de setembro, último ponto da sequência disponibilizada pelo observatório europeu, temos os níveis mais elevados de materiais particulados, que já se espalharam de maneira expressiva no território.

O efeito cumulativo do clima seco, juntamente com semanas de queimadas intensas em todo o país, contribuíram para degradas significativamente a qualidade do ar respirado pelos brasileiros.

Esses materiais particulados são perigosos à saúde, podendo causar doenças respiratórias e problemas cardiovasculares, além de diversos outros danos associados.

Na segunda-feira, o boletim diário da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) indicava que todas as estações de monitoramento na cidade de São Paulo classificavam a qualidade do ar como "ruim" ou "muito ruim".

Além de deteriorar a qualidade do ar, os fogos também estão aumentando as emissões de carbono nas áreas afetadas.

Informações do observatório Copernicus mostram que, mesmo com dados somente até 3 de setembro, o estado do Amazonas já bateu o recorde anual de emissões por incêndios da série histórica, iniciada em 2003, com 23,2 megatoneladas de carbono.

As cifras deste ano, que ainda não acabou, já superaram as do recordista anterior, 2022, que teve 22,7 megatoneladas emitidas.

Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no pantanal, já superaram as emissões registradas para o período de janeiro ao começo de setembro dos 21 anos anteriores.

"Com o pico da temporada de incêndios ainda por vir neste mês, os valores [das emissões de carbono] vão aumentar ainda mais", disse Mark Parrington, cientista sênior do Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus.

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