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Repórter especial da Folha

Silencioso desastre na educação

Brasil nunca conseguiu bons desempenhos no Pisa

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Nem pais, pedagogos ou professores têm dúvidas de que o afastamento da sala de aula durante dois anos de pandemia vai se traduzir em dificuldades de aprendizagem para boa parte das crianças e adolescentes menos privilegiados do Brasil. Com limitações financeiras para acessar equipamentos e sistemas de internet, o ensino a distância foi uma quimera para boa parte dos estudantes.

É difícil conseguir medir neste momento, mas seria ingenuidade imaginar que a instabilidade no MEC (Ministério da Educação) também não vai apresentar a sua fatura na qualidade da formação dos brasileiros nestes quatro anos de governo de Jair Bolsonaro.

Não há como o aprendizado não refletir a instabilidade de termos cinco ministros da Educação em um período de menos de quatro anos, de vermos verbas manipuladas por pastores, obras em escolas paralisadas, além de uma silenciosa máquina de costumes conservadores atuando em estados e municípios.

E tudo isso acontecendo sem uma política clara para a educação.

O Brasil nunca conseguiu bons desempenhos num dos mais respeitados rankings de ensino do mundo, o Pisa, numa tradução livre, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Ele avalia o conhecimento em leitura, matemática e ciência de estudantes de 15 anos de idade em mais de 70 países.

Em 2019, antes da pandemia da Covid-19 e de seus efeitos sobre a sala de aula, o resultado do Brasil foi sofrível. O relatório apontava que desde 2009 o desempenho do país não tinha apresentado melhora significativa em nenhuma das disciplinas avaliadas. No resultado das provas, o Brasil ficou em 42º lugar em leitura, em 53º em ciências e em 58º em matemática.

O exame é feito a cada três anos, desde 2000. A última rodada de provas foi em 2018. Esperemos os próximos levantamentos que avaliam o desempenho de estudantes brasileiros para começar a medir os efeitos desse silencioso desastre em curso.

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