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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

O Brasil empacou

A divisão da sociedade que marcou as eleições continua a mesma

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Ao se aproximar a virada do ano, com o rastro de novos tempos, o otimismo se torna galopante e supera o pessimismo. Sete em cada dez brasileiros esperam um 2024 melhor que 2023, segundo o Datafolha. Ao tomar conhecimento da pesquisa, na hora me veio à cabeça a frase de Carlos Heitor Cony, um pessimista da linha Machado de Assis: "O otimista é basicamente um sujeito mal-informado".

O candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre apoiadores após votar em São Bernardo do Campo (SP) no segundo turno da eleição presidencial - Marlene Bergamo - 30.out.22/Folhapress

Mas os panglossianos têm certa razão. Há sinais de que as coisas podem ou estão melhorando. Na área da saúde, 2023 termina com notícia surpreendentemente boa: a reversão da tendência de queda na vacinação. Oito imunizantes recomendados para o calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas. Viva o Zé Gotinha!

Na política não se pode dizer o mesmo. A divisão da sociedade que marcou as eleições continua imutável. Um livro recém-lançado —"Biografia do Abismo", de Felipe Nunes e Thomas Traumann— revela o tamanho de nosso buraco civilizatório. São amizades desfeitas, relações familiares cortadas, cancelamentos nas redes, boicotes a artistas, a filmes e até a chocolates e perus de Natal. O espírito das festas passa longe.

O Datafolha mostrou que nove em cada dez eleitores afirmam não se arrepender do voto no segundo turno. O índice daqueles que se declaram petistas convictos é de 30%, enquanto os bolsonaristas da mesma extração são 25%. Apesar da tentativa do governo de reconstruir o cenário político e dos escândalos envolvendo o ex-presidente, o país está empacado na discórdia.

Entre tapas e celulares, o Congresso faz o quer para pilhar mais e mais dinheiro. A relação de Lula com Arthur Lira é frágil. Para não dizer que é, por forças das circunstâncias, subserviente. Aprovou a reforma tributária, mas levou um cascudo com a derrubada do veto ao marco temporal das terras indígenas. De novo, o STF será chamado a entrar em cena e, de novo, será atacado. Um moto-contínuo.

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