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Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

A Vale e o crime de Brumadinho

A investigação mostra que a empresa sabia dos problemas e não tomou providências

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No recém-lançado livro "O Mapa da Mina", o jornalista André Guilherme Vieira esquadrinha o cipoal da disputa judicial entre a mineradora Vale e o grupo BSGR, do israelense Benjamim Steinmetz, que já foi considerado o maior comerciante de diamantes do planeta.

No centro do litígio, as reservas de minério de ferro nas montanhas de Simandou, na República da Guiné, ex-colônia francesa, mais conhecida pela turbulência política e pela pobreza endêmica da população. Por meio de centenas de documentos do processo, na Corte de Arbitragem Internacional de Londres, o autor consegue deslindar a geopolítica da mineração mundial e como as grandes corporações operam para garantir a primazia nesse mercado.

Basicamente, é um vale-tudo, com golpes abaixo da cintura, como suborno, espionagem e destruição de reputações. Na gestão de Roger Agnelli (morto num desastre de avião em março de 2016), a Vale embarcou numa sociedade de alto risco com o grupo israelense para explorar Simandou, ignorando alertas contrários de alguns dos seus executivos. Deu tudo errado e chegou-se à disputa atual, num enredo mirabolante, que o autor narra como uma história de suspense.

A mesma empresa que enterrou bilhões de dólares num projeto fadado ao fracasso na África é a responsável pela maior tragédia humana associada à mineração no Brasil. Em 25 de janeiro de 2019, a barragem da mineradora em Brumadinho (MG) se rompeu. A lama de rejeitos matou 270 pessoas e dois nascituros e poluiu o rio Paraopeba.

O rompimento ocorreu na hora do almoço e soterrou os trabalhadores que lotavam o refeitório, localizado abaixo da barragem, assim como o escritório e a sirene do complexo, o que dá bem a medida do descaso criminoso com a vida humana. A investigação do Ministério Público de Minas Gerais mostra que a empresa sabia dos problemas da estrutura e não tomou providências, assumindo, portanto, o risco de um desastre. Haverá justiça para Brumadinho?

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