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Jornalista especializado no setor automotivo.

Retomada na venda de carros não será suficiente para preservar empregos

Ociosidade nas linhas de produção já era elevada antes da pandemia

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As negociações entre montadoras e sindicatos seguem sob a pressão do mercado. Programas de demissão voluntária e a possibilidade de cortes em massa são vinculados aos resultados comerciais nos últimos meses do ano.

Nesta segunda (24), o Sindicato dos Trabalhadores de São José dos Campos e Região abre votação para decidir se aceita as propostas da General Motors.

A fabricante pretende prolongar por mais dois meses o período em layoff (interrupção temporária e parcial do contrato de trabalho) na fábrica do interior paulista, onde produz os modelos S10 e Trailblazer. Se o plano for aprovado, os funcionários receberão 100% do salário líquido em outubro e novembro.

A empresa propõe ainda a abertura de um PDV (plano de demissão voluntária). As pautas já foram aprovadas em assembleia pelos trabalhadores de São Caetano do Sul (Grande São Paulo).

A Volks negocia cortes com os sindicatos de São Paulo e do Paraná. A empresa também vincula possíveis demissões ao andamento do mercado.

A questão é: o que seria um resultado comercial suficientemente bom para preservar os empregos? As montadoras têm a calculadora, mas os números necessários não são tangíveis.

Pouco mais de 120 mil veículos foram emplacados nas três primeiras semanas de agosto. Na média, são 8.000 automóveis, vans, ônibus e caminhões vendidos por dia útil. É algo vultoso no cenário atual. A pandemia ainda não foi superada e, além das incertezas, há questões práticas que dificultam a comercialização.

O resultado mostra que a redução de 40% nos licenciamentos em 2020 prevista pela Anfavea não deverá se concretizar. A queda ainda será expressiva, mas é possível apostar em uma retração na casa dos 30%.

Porém, a crise de hoje não nasceu com a pandemia. As montadoras já sofriam com uma retomada lenta após as perdas registradas entre 2014 e 2016, e a capacidade ociosa segue altíssima há tempos.

As empresas se prepararam para um mercado interno com médias mensais superiores a 300 mil unidades, e havia indicativos aparentemente sólidos para o otimismo.

Foi uma nuvem passageira.

Há oito anos, em agosto de 2012, a indústria registrou o recorde mensal de 420,1 mil emplacamentos. O país vivia o vaivém do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em tempos de crédito caro e fácil.

Hoje, qualquer mês que termine com 200 mil veículos vendidos será considerado glorioso, mas não resolverá o problema.

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