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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

O VAR da Defesa

Divulgar relatório sobre urnas após eleição equivale a deixar análise sobre jogo para o dia seguinte

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Eremildo é um idiota e não anda, marcha. Ele encantou-se com a decisão do Ministério da Defesa de só divulgar as conclusões do seu serviço de observação do armazenamento e totalização dos votos do primeiro turno das eleições depois da conclusão do pleito, no próximo domingo.

O cretino achava que Bolsonaro e seus generais estavam certos ao encrencar com o TSE por causa das urnas eletrônicas. Depois de muito refletir, ele concluiu que a decisão do Ministério da Defesa equivale a deixar a divulgação das análises do VAR durante uma partida de futebol para a manhã seguinte ao jogo.
Mesmo assim, Eremildo apoia a decisão do general da reserva Paulo Sérgio Nogueira.

Lacração de urnas antes do primeiro turno das eleições, em São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

Fake fake

Numa entrevista ao repórter Rodrigo Freitas, o general da reserva Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, deu uma serena explicação para as diferenças entre o governo e a imprensa. A certa altura, referindo-se ao natimorto projeto Pró-Brasil, disse que "a mídia começou a falar que eu estava criando um Plano Marshall".

Isso é coisa de abril de 2020, no meio da pandemia. A notícia de que se cozinhava algo parecido com o Plano Marshall, com o qual os Estados Unidos recuperaram as economias europeias no pós-guerra, saíam do Planalto, mas, como jornalista mente muito, seria uma fake news.

Aos fatos:
Segundo a transcrição da reunião ministerial de 22 de abril de 2020, no primeiro minuto o ministro Braga Netto, da Casa Civil, disse o seguinte:
"Como é que saiu essa ideia? Tá... Eu estava conversando com diversos ministros, entre eles Rogério Marinho, o Tarcísio, inclusive o nome do plano eu roubei de um plano do Tarcísio, não é, Tarcísio, né? Pedi autorização a ele e roubei. É um Plano Marshall brasileiro, né?".

Oito minutos depois o ministro Paulo Guedes pôs ordem na conversa e disse:
"Eu queria fazer a primeira observação, é o seguinte, não chamem de Plano Marshall porque revela um despreparo enorme".

E assim não se falou mais em Plano Marshall. Passou algum tempo e não se falou também no Pró-Brasil.
Caso raro de fake news fake.

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