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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Descrição de chapéu Governo Lula

Atual ministério não chega ao Natal

Só Lula sabe quando e quais ministros serão trocados

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O atual ministério não chega ao Natal.

Quando será feita a mudança e quais os ministros que serão trocados, só Lula sabe.

O presidente Lula durante cerimônia de sanção de projetos de lei no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 04.jun.2024/ Folhapress

Odylo Costa, filho, um homem bom

Está nas livrarias "JB - A invenção do melhor jornal do Brasil, conduzida por Odylo Costa, filho", do repórter Luiz Gutemberg. Conta a gênese da reforma do Jornal do Brasil, que transformou uma publicação de pequenos anúncios no veículo que mudou a forma de se fazer jornais e melhor expressou as mudanças culturais e de costumes do país.

Fala-se muito dessa transformação e pouco da condessa Maurina Pereira Carneiro, de seu genro, Manoel Francisco Nascimento Brito, e muito menos da doce figura de Odylo Costa, filho. Ela era a dona do jornal, Brito dirigia a empresa, e Odylo assumiu o comando da Redação em 1957. Gutemberg fala dos três, sobretudo de Odylo. Ele era um maranhense, poeta, falava baixo com a doçura de quem gostava de fazer o bem.

Juscelino assumiu a República em 1956, e Odylo, o Jornal do Brasil 11 meses depois. "Udenista de carteirinha", ele não gostava da política de JK. Nada a ver com o panfletarismo de Carlos Lacerda. Sua oposição tinha uma nuance jornalística e cultural.

Como o jornal incomodava o palácio, outro poeta, Augusto Frederico Schmidt, amigo de JK, diria: "O obstáculo único nas relações do presidente com o Jornal do Brasil tem nome, sobrenome e indicativo de filiação: Odylo Costa, filho".

No dia 6 de agosto de 1958 o secretário de Estado americano, John Foster Dulles, passou pelo Rio e reuniu-se com JK. No dia seguinte, o JB publicou uma fotografia da reunião, na qual aparecem um Juscelino expressivo, de pé, com as mão espalmadas e um Dulles, carrancudo, sentado e lendo um papel.

JK era um expressivo contumaz, e Dulles, um carrancudo profissional. No Brasil de então cantava-se a marchinha "Me dá um dinheiro aí" e o governo queria empréstimos dos Estados Unidos. À época, a fotografia foi vista como uma ofensa ao presidente, sobretudo por causa de sua legenda. Ela teria repetido a marchinha.

O ministro da Justiça queixou-se a Odylo, e o palácio mandou congelar o processo de importação das sobrecarregadas rotativas do jornal, bem como as conversas para a concessão de um canal de televisão.
Em dezembro, dentro de um projeto de equilíbrio financeiro, Nascimento Brito pediu a Odylo o corte de 40 pessoas numa Redação de 87. Ele preferiu ir-se embora e despediu-se da Redação no dia 31 de dezembro.

O livro de Luiz Gutemberg é um mapa do Brasil, de sua política e da imprensa daquele tempo. Pesquisa bem-feita, revela muitas coisas, inclusive que a legenda da fotografia nunca foi "Me dá um dinheiro aí", mas "Tenha Paciência... Mister".

Serviço: A fotografia, de Antonio Andrade, está na rede, basta pedir "Me dá um dinheiro aí"e "JK". Painel de participantes fechado

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