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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Descrição de chapéu Governo Lula inss

Fila do INSS era uma vergonha e continua sendo

Promessas de mutirões e reforços nas verbas são inúteis se a máquina convive com apagões

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No dia de sua posse, em 2023, Lula prometeu:

- Estejam certos de que vamos acabar, mais uma vez, com a vergonhosa fila do INSS.

Semanas depois, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, anunciou que mutirões reduziriam as filas de 930 mil pessoas e, "até o final do ano", a análise das requisições seria feita em até 45 dias.

O presidente Lula (PT) ao lado do ministro Carlos Lupi (Previdência) durante cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 04.mar.2024/ Folhapress

Em maio a fila havia crescido para 1,05 milhão, e Lupi tocou o velho realejo, pedindo mais verbas. Em agosto veio uma boa notícia, haviam sido retiradas 223 mil pessoas da fila. Era apenas uma manipulação estatística, pois em outubro ela tinha 1,6 milhão de vítimas.

2023 terminou, e as promessas de Lula e Lupi revelaram-se pura parolagem.

Agora os repórteres Geralda Doca e Dimitrius Dantas revelaram o que acontecia por trás da fila. Não havia falta de recursos. De janeiro de 2023 a abril passado, os sistemas de atendimento do Ministério da Previdência pifaram 164 vezes, com apagões que somaram 13 dias e 13 horas. O sistema que opera pedidos de licenças de maternidade somou dias fora do ar.

Promessas de mutirões e reforços nas verbas são inúteis se a máquina convive com apagões dos sistemas. Afinal, quando se compram equipamentos eletrônicos e montam-se redes de atendimento, os maganos se apresentam como representantes da modernidade.

Por trás desses negócios estão sempre dois interesses, o do vendedor da máquina e a necessidade da manutenção. O segundo negócio muitas vezes é melhor que o primeiro e pode ser passado à empresa de um cunhado.

A administração pública nacional está infestada por modernos sistemas que não falam uns com os outros e, invariavelmente, estão fora do ar quando a vítima vai a ele.

O culto da tecnologia a serviço da empulhação dá nisso, há tempo, pelo mundo afora.

Em 1969 aconteceu um choque de tropas russas com chinesas numa zona remota da fronteira dos dois países. O primeiro-ministro soviético Alexei Kosygin queria baixar a tensão e pegou o telefone vermelho para falar com o premier Zhou Enlai. Era a tecnologia a serviço da diplomacia.

A telefonista chinesa não passou a ligação. Ele teve que ligar para a embaixada soviética em Pequim, pedindo que passasse o recado.

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