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Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

Gesto de Bolsonaro deveria envergonhar ministros que combatem coronavírus

Presidente quebra os protocolos de combate à doença e dá os piores exemplos

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Enquanto o planeta Terra acelera o processo de confinamento de sua população para estancar a disseminação do coronavírus, Jair Bolsonaro quebra os protocolos de combate à doença e dá os piores exemplos ao país que preside.

Neste domingo (15), ele saiu do isolamento recomendável a quem fará novo teste. Ao menos 12 pessoas ligadas à comitiva presidencial da viagem aos EUA contraíram o vírus.

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores na frente do Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

Bolsonaro cumprimentou pessoas, juntou-se a aglomeração, tirou selfies, pegou em celulares, ferramenta de fácil contágio, de desconhecidos.

Antes, passeou com a estrutura oficial do comboio da Presidência, com direito a ambulância médica de acompanhamento, para inflar o buzinaço da carreata de manifestantes.

Embora grave, o componente político do gesto do presidente de estar em um ato anti-Congresso fica até menor diante da irresponsabilidade em ignorar medidas básicas para estancar a escalada do coronavírus.
Bolsonaro ainda compartilhou em suas redes imagens de protestos pró-governo, respaldando que as pessoas corram riscos, coloquem a vida de outras em perigo, na linha contrária do que os demais países têm feito para impedir a contaminação.

Já chegam a 200 os casos no Brasil. Até a conclusão deste texto, 24 eram somente no Rio de Janeiro. Pouco depois das 11h, Bolsonaro divulgou vídeo de pessoas aglomeradas em Copacabana. “Brasil acima de tudo!”, escreveu. De tudo mesmo, inclusive da pandemia assustadora.

Ato contínuo, ele publicou imagens de uma carreata em Brasília, onde há seis episódios de coronavírus.
Há pelo menos 2.000 suspeitos. O ministro Mandetta tem dado aulas de serenidade e planejamento mesmo tendo sob sua pasta uma estrutura de saúde precária para enfrentar o tsunami que vem por aí com a explosão previsível do vírus.

O ministro Paulo Guedes (Economia) estava sem rumo até sexta (13), quando anunciou algumas medidas, ainda que insuficientes, de curto prazo. Os gestos de Bolsonaro deveriam envergonhar os seus subordinados.

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