O grupo Prerrogativas, formado por advogados e profissionais do Direito, cobrou do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, que faça "autocrítica sobre o seu papel na alimentação do monstro (lavajatismo) que pariu o bolsonarismo".

A entidade, formada por advogados que são críticos à Lava Jato, reagiu a uma declaração de Fux dada na sexta-feira (10) em palestra no Pará, em que ele dizia que o fato de condenações na operação terem sido anuladas não invalida o fato de que houve corrupção.

Ele se referia sobretudo à revisão pelo Judiciário de condenações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por questões processuais.

"As declarações são no mínimo inoportunas e indelicadas com a própria corte que [Fux] preside. O STF reacreditou o nosso sistema de justiça ao declarar, por maioria, a nulidade dos processos que envolviam o ex-presidente Lula e ao lhe devolver os seus direitos políticos e a condição de inocente", disse o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho

O grupo ainda cobrou Fux sobre acusações que pesam sobre o Judiciário. "Espera-se que o ministro se manifeste sobre a corrupção do sistema de Justiça, com juízes e procuradores parciais, a farra de passagens e diárias e os vergonhosos vencimentos muito acima do teto constitucional de integrantes de uma verdadeira casta de algumas carreiras de Estado".

Em nota, Fux diz que "já manifestou sua posição em relação às investigações da Operação Lava Jato em voto proferido no plenário do STF, tendo apenas reafirmado sua posição em evento do Tribunal de Contas de Belém (PA)".

O presidente do tribunal afirma ainda que, "embora vencido, como de costume tem absoluto respeito pelas decisões colegiadas da Corte".