Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Justiça ordena exclusão de vídeo em que Mario Frias diz que Haddad defende Stálin
Ex-secretário do governo Bolsonaro publicou a informação falsa nesta quarta-feira (24)
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A juíza Maria Claudia Bedotti, do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), determinou a exclusão de vídeo em que Mario Frias mente ao dizer que Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato ao governo do estado pelo PT, defende o ditador soviético Joseph Stálin e é a favor do "fuzilamento do bem".
Segundo a decisão, em caráter liminar, as plataformas Instagram, Facebook e Twitter devem remover em até 24 horas as postagens de Frias, e o ex-secretário de Cultura do governo Jair Bolsonaro (PL) deve apresentar sua defesa em até dois dias.
A magistrada diz, em sua decisão, que o vídeo incorre em descontextualização grave da fala de Haddad, com conteúdo mentiroso que pode causar desinformação do eleitorado.
Como mostrou a Folha, Frias, que é candidato a deputado federal por São Paulo, publicou um vídeo em que diz que Haddad "defende um dos mais cruéis assassinos da história da humanidade".
O ex-secretário insere trecho de uma gravação em que o petista afirma: "Porque há uma diferença entre o Hitler e Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los, lia os seus livros."
O trecho faz parte de fala de Haddad na Comissão de Educação no Senado, em maio de 2011, quando ele era ministro da Educação de Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, ele respondia a críticas ao livro "Por uma Vida Melhor", que trata sobre a norma culta da língua portuguesa.
Após ser questionado por Álvaro Dias (Podemos), então PSDB, que disse que até o ditador soviético Josef Stálin (1878-1953) defendia a norma culta, Haddad respondeu que "há uma diferença entre Hitler e Stálin. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler".
A assessoria de Fernando Haddad disse que o candidato nunca foi defensor de Joseph Stálin. "Ele usou uma ironia para mostrar a diferença entre nazistas, que não liam os livros que queimavam, e comunistas, que liam".
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