Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Organizador de motociata com Bolsonaro filia-se ao PSDB de SP para se candidatar a vereador
Empresário e pastor Jackson Vilar também foi alvo do ministro Alexandre de Moraes por espalhar fake news e do Ministério Público por burlar regras da pandemia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O ex-militante bolsonarista Jackson Vilar, que organizou motociata com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em plena pandemia, filiou-se nesta quarta-feira (3) ao PSDB, com o objetivo de ser candidato a vereador. Ele assinou a ficha ao lado do presidente do diretório municipal, José Aníbal.
Vilar também foi alvo do ministro Alexandre de Moraes (STF), que chegou a derrubar um canal seu no Telegram com a justificativa de que ele pregava o desrespeito ao resultado eleitoral de 2022 e atacava as urnas eletrônicas.
Em 2021, Vilar, que é pastor e empresário na zona sul de São Paulo, organizou a motociata "Acelera para Cristo", que teve Bolsonaro como participante.
Ele chegou a posar para fotos ao lado do então presidente. Como resultado do evento, realizado em plena pandemia, foi alvo de inquérito do Ministério Público Estadual.
Na mesma época, Vilar também gravou vídeo ao lado de Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, incitando comerciantes a desrespeitar as medidas de restrição social determinadas pelo então governador João Doria (PSDB) durante a pandemia.
Ao Painel, Vilar diz que rompeu com Bolsonaro ainda em 2021. "Eu percebi naquele momento da motociata que ele não é cristão, nunca foi. O que ele fala não é da fé cristã", diz.
O pastor diz ainda que não foi contra o resultado eleitoral e nem atacou as urnas. Afirma que frases suas no canal que mantinha no Telegram foram retiradas de contexto. Em um vídeo, ele aparece dizendo que queria "quebrar a urna".
"Eu usei uma força de expressão para combater uma fake news que circulava, de que se você digitasse o número de um candidato na urna, apareceria a foto de outro. Falei que isso era absurdo e que se acontecesse eu poderia quebrar a urna. Mas foi uma brincadeira", afirmou.
Vilar diz que nunca foi de direita, embora seu canal no Telegram chamasse "nova direita". "Era só um nome, era para atrair a atenção contra as fake news da direita bolsonarista", diz.
Ele afirma que foi procurado por um integrante da Executiva Municipal do PSDB para se filiar e que decidiu se juntar ao partido após uma conversa com Aníbal. "Agora eu sou PSDB. A experiência do Zé Aníbal me conquistou", disse.
A filiação de Vilar ocorre num momento em que a direção municipal do PSDB busca se distanciar do prefeito Ricardo Nunes (MDB) justamente com o argumento de que ele tem Bolsonaro entre seus apoiadores.
Fundador do partido, Jorge Damião diz que a filiação é uma contradição. "Curioso como as coisas se dão no PSDB do interventor Zé Aníbal Roussef. Ricardo Nunes receber o apoio de Bolsonaro não pode, mas filiar no partido quem organizou a motociata para ele pode".
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters