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Editado por Guilherme Seto (interino), espaço traz notícias e bastidores da política. Com Catarina Scortecci e Danielle Brant

Descrição de chapéu Banco Central Governo Lula

Comissão de Ética da Presidência deve votar em breve processo contra Campos Neto

Justiça cassou liminar que, desde 2023, impedia andamento do processo que mira presidente do Banco Central

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Brasília e São Paulo

A Comissão de Ética Pública da Presidência deve pautar em breve a votação do processo que apura se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria cometido conflito de interesse por manter uma empresa no exterior ("offshore").

Como mostrou o Painel, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) cassou nesta quarta-feira (7), por unanimidade, a liminar obtida por Campos Neto para impedir o andamento do processo na comissão.

Conselheiros da comissão afirmam à coluna que quando o processo foi interrompido, em 2023, a apreciação do relator Bruno Espiñeira Lemos já estava finalizada e pronta para ser votada. Dessa forma, o entendimento é o de que não existem muitos elementos novos a incorporar ao relatório e de que o processo deve ser incluído no cronograma de apreciação e votação sem demora.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, durante evento na sede da instituição em São Paulo - Agencia Brasil

A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu apuração sobre a denúncia em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mas só em 2023, no governo Lula (PT), o processo voltou a correr, com a entrada de integrantes no conselho nomeados pelo petista.

A denúncia de que Campos Neto teria offshore no exterior veio a público nas investigações do Pandora Papers, arquivos vazados com dados sobre possíveis contas em paraísos fiscais.

Campos Neto, então, conseguiu uma liminar no ano passado para impedir que a comissão avançasse no caso. O presidente do BC argumentava que a instauração de procedimento disciplinar contra ele por "órgão vinculado à autoridade máxima do Poder Executivo viola frontalmente a autonomia administrativa, gerencial e organizacional conferida ao BC" por lei complementar de 2021.

A AGU (Advocacia-Geral da União), no entanto, entrou com pedido para suspender a liminar sob argumento de que a Comissão tem competência para examinar o suposto conflito de interesses e de eventual desvio ético em relação aos fatos.

Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, que representam o presidente do BC, afirmam que o caso "já foi examinado pelos órgãos públicos de fiscalização, inclusive pela Procuradoria-Geral da República, e que não constataram qualquer irregularidade tendo, inclusive, sido arquivada a apuração."

Além disso, afirmam que a defesa "por mais de uma vez já demonstrou que os fatos apurados em relação ao presidente foram legais, éticos e condizentes com as normas que regem a probidade daqueles que ocupam cargo público." "As declarações dos fundos foram feitas seguindo as regras de mercado e do governo, sempre informando às autoridades públicas, com a máxima transparência e respeito às normas", prossegue a nota.

Na avaliação dos defensores, uma terceira apuração sobre os mesmos fatos "tem como consequência apenas gastar o tempo e aumentar o custo para o poder público, eis que se chegará à mesma conclusão das anteriores, em relação à legalidade e regularidade dos fatos re-reinvestigados."

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