Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Na disputa sobre quimioterápico de uso oral, planos de saúde dizem que vai ter alta de custos
Projeto que muda regra de cobertura foi aprovado pela Câmara
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O debate sobre o aumento dos preços dos planos de saúde entrou na batalha das operadoras contra a flexibilização para a cobertura dos custos dos medicamentos quimioterápicos de uso oral.
Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional da Saúde Suplementar), a mudança elevaria as despesas do setor neste ano e, consequentemente, o reajuste dos planos individuais e coletivos em 2022.
Pelo projeto, que já foi aprovado pela Câmara e agora segue para sanção ou veto presidencial, bastaria que o produto tivesse registro na Anvisa para entrar no rol de cobertura obrigatória das operadoras. Hoje é necessário um aval adicional da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Na última atualização, feita em abril deste ano, a ANS incorporou 19 dos 27 medicamentos oncológicos analisados. Atualmente, 59 estão no rol das operadoras.
Pelos cálculos da FenaSaúde, se todos os remédios analisados na época fossem incorporados e todos os pacientes com plano de saúde aderissem ao tratamento com quimioterápicos orais, as operadoras teriam uma despesa adicional de R$ 14,8 bilhões neste ano.
A entidade diz que o aumento seria suficiente para elevar os reajustes dos planos para quase 15% em 2022, tendo como base de comparação a correção de 7,4% aplicada em 2019. "Tem um benefício questionável para um grupo pequeno de pessoas e um malefício real para um grupo grande de pessoas", diz a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente.
Para 2021, a ANS aprovou na quinta (8), pela primeira vez na história, um desconto obrigatório para os planos individuais e coletivos.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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