Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Sócios do trem-bala afastam governo em projeto
Ministro disse que, sem dinheiro público, trem de alta velocidade não decola; empreendedores, no entanto, discordam e tentam levantar R$ 30 bilhões
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Sócios no projeto do trem-bala afirmam que o governo Lula cogita parceria no empreendimento que pretende conectar Rio e São Paulo.
As abordagens, segundo pessoas que participaram das conversas, começaram na transição, no fim do ano passado, e, no mês passado, por meio da Casa Civil.
Representantes do projeto disseram que não há o menor interesse em ter participação do governo.
A posição contraria declaração recente do ministro dos Transportes, Renan Filho. Em entrevista à Folha, ele disse torcer pelo projeto, mas afirmou que, sem dinheiro público, o projeto não pára em pé.
No entanto, os sócios disseram ao governo que o projeto deverá seguir adiante justamente pela ausência do poder público.
Afirmam que negociam com a Espanha a operação do trem-bala e buscam recursos com fundos de investimento estrangeiros, principalmente árabes dos EUA.
A ideia é levantar R$ 30 bilhões, valor que, com a desvalorização cambial, torna o projeto muito viável –menos de US$ 6 bilhões.
Outros fatores também são preponderantes. O trem-bala é um projeto privado, e não uma concessão pública. Isso significa que o preço do bilhete será livre e não regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A taxa de retorno sobre o investimento também ficará fora do radar da agência, diferentemente do projeto idealizado no governo Dilma Rousseff.
Também pesa o prazo da vigência da autorização já concedida pela ANTT ao projeto: 99 anos. Na concessão, esse prazo seria de 30 anos, período considerado insuficiente para amortizar os investimentos.
O governo, no entanto, ainda segundo relatos, quer ficar perto do projeto.
Com Diego Felix
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