Siga a folha

Descrição de chapéu LGBTQIA+ mercado de trabalho

O fomento ao empreendedorismo de impacto na comunidade LGBT+

Lideranças são engajadas em construir soluções para problemas socioambientais, mas cenário de vulnerabilidade é desafiador

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Judá Nunes

Licenciada em Teatro pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, é especialista em educação para inclusão da diversidade, analista de ESG e LinkedIn Top Voices Orgulho

A expansão do empreendedorismo de impacto socioambiental no Brasil é um espelho que tem refletido o avanço de uma nova consciência diante dos enormes desafios apresentados pelo aprofundamento do fosso da desigualdade social.

Em um recorte geracional, os empreendedores desse ecossistema das gerações millennials e Z têm emergido como agentes de uma transformação urgente.

Inseridos em um contexto histórico no qual as mudanças são impulsionadas por um presente caótico e pelo fracasso de iniciativas do passado, essas gerações de empreendedores sociais não apenas abraçam a inovação tecnológica, mas buscam construir espaços seguros para o desenvolvimento pessoal e profissional de suas comunidades.

A inovadora social Judá Nunes é reconhecida como LinkedIn Top Voices Orgulho - Filipe Nascimento

É importante citar que esses empreendedores olham para peculiaridades das problemáticas da contemporaneidade, como a demanda por inclusão de grupos minorizados e minoritários. Muitos deles, inclusive, vieram dessas próprias comunidades.

Na análise do Mapa de Negócios Socioambiental 2023, conduzido pela Pipe.Social e pelo Quintessa, 15% dos negócios mapeados têm na equipe fundadores e lideranças do grupo LGBTQIAP+, sendo a primeira vez que o levantamento teve uma base declarada suficiente para apontar esse dado.

Na Todxs, associação sem fins lucrativos criada em 2017 para empoderar a comunidade LGBTI+ e educar a sociedade sobre a importância de construir um Brasil verdadeiramente inclusivo e livre da discriminação, temos visto que pessoas das gerações Y e Z fazem parte de um movimento no qual o entendimento é de que o letramento social passa a ser parte intrínseca e obrigatória da justiça social.

Como é uma geração muito ligada à prática, as iniciativas conduzidas –inclusive, de empreendedorismo – trazem essa crença para o mundo real.

Quando olhamos o recorte de pessoas LGBTQIAP+ entre 20 e 40 anos, dentro da análise do empreendedorismo, vemos que os negócios propostos estão alinhados com a ideia de justiça social. Na minha visão, fica claro que, mesmo entre pessoas que empreendem por sobrevivência, elas se sentem na obrigação de fazer com que seus modelos de negócio e soluções estejam a serviço da transformação do mercado ou da geração de renda digna para os mais vulneráveis.

Considerando as demandas contemporâneas, acrescidas da importância de fomentar o empreendedorismo entre esses grupos minorizados e apoiá-los na jornada empreendedora em diferentes fases do negócio, sobretudo no início, desenvolvi para a Todxs uma estrutura metodológica que dá suporte a programas de empreendedorismo para as pessoas LGBTQIAP+.

Na organização, que é voltada para o empoderamento dessa população, decidimos que o primeiro passo a considerar é a grande diversidade do nosso público, que conta com níveis de consciência muito diferentes.

Ao mesmo tempo em que todo o público é engajado em construir soluções para problemas sociais e ambientais que vive em suas comunidades, temos um cenário de vulnerabilidade desafiador. A realidade socioeconômica de boa parte dessas pessoas causa, inevitavelmente, um enfraquecimento da musculatura empreendedora, causado pela miopia de escassez e pelo consequente medo de não sobreviver.

Com isso, nosso objetivo foi mobilizar programas de empreendedorismo para ampliar a visão de mundo sob uma perspectiva transdisciplinar, sistêmica, complexa e construtivista, para inspirar na nossa comunidade a prototipação de negócios para futuros preferíveis. Além disso, integrar todas as dimensões da diversidade no centro da economia produtiva.

No Embaixadorxs, programa de ideação de negócios que abre a trilha de empreendedorismo e impacta 800 pessoas LGBTQIAP+, construímos uma estrutura metodológica em que a colaboração entre as pessoas é igual à abundância de soluções para problemas sociais específicos ou estruturais.

Nós conectamos pessoas que vivem em todo o Brasil para aprender sobre pautas sociais, políticas e econômicas e ensinamos a criar negócios com uma cultura mais inclusiva e transformativa do mercado.

Este movimento é impulsionado pela compreensão de que a ética e a responsabilidade social não são apenas escolhas, mas sim base fundamental para a construção de negócios resilientes e relevantes.

Os interessados em saber mais sobre o trabalho da Todxs podem nos acompanhar nas redes sociais @todxsbrasil ou acessar o relatório de atividades 2023.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas