Siga a folha

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Em tempo real

O que os jovens de hoje acharão das obras-primas do cinema dos últimos 100 anos?

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

"Acossado", de Jean-Luc Godard, de 1960, faz 60 anos. Como já pode ser sexagenário um filme que, outro dia mesmo, mudou o cinema, a vida e tudo em volta? Mas é. Então me perguntei: o que achará dele um jovem que o assista hoje pela primeira vez? Enxergará essa modernidade que nos apaixonou ou verá nele uma relíquia como nós, em 1960, víamos os clássicos do passado --fabulosos, mas relíquias?

De 1920, por exemplo, eram o alemão "O Gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene, o sueco "A Carroça Fantasma", de Victor Sjöström, e o americano "A Marca do Zorro", de Fred Niblo, e só posso imaginar seus maravilhados espectadores originais. E, em 1930, como se seguraram na poltrona as plateias de "Anna Christie", de Clarence Brown, "Sem Novidade no Front", de Lewis Milestone, "Anjos do Inferno", assinado por Howard Hughes, "O Anjo Azul", de Josef von Sternberg, e "L'Age d'Or", de Buñuel?

Em 1940, somente entre os americanos, "Rebecca", de Hitchcock, "Núpcias de Escândalo", de George Cukor, "Adorável Vagabundo", de Frank Capra, e "As Três Noites de Eva", de Preston Sturges. E em 1950? Foi covardia: "Crepúsculo dos Deuses", de Billy Wilder, "A Malvada", de Joseph L. Mankiewicz, "No Silêncio da Noite", de Nicholas Ray, "O Matador", de Henry King, "O Segredo das Joias", de John Huston, "Conflitos de Amor" (La Ronde), de Max Ophüls, "Milagre em Milão", de Vittorio De Sica, e "Arroz Amargo", de Giuseppe de Santis.

Mas que loucura aconteceu em 1960 que, além de "Acossado", produziu "A Doce Vida", de Fellini, "Hiroshima Meu Amor", de Alain Resnais, "A Aventura", de Antonioni, "Rocco e Seus Irmãos", de Luchino Visconti, "Psicose", de Hitchcock, "Se Meu Apartamento Falasse", de Billy Wilder, "A Tortura do Medo" (Peeping Tom), de Michael Powell, e "Spartacus", de Stanley Kubrick?

Não sei. Só sei que, dessa vez, eu estava lá, em tempo real —e babando.

A atriz Janet Leight em cena de "Psicose", de Alfred Hitchcock - Divulgação

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas