Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.
No futebol, o espetáculo se inicia quando terminam os estaduais
Aí começam o Brasileirão, a Libertadores e os mata-matas da Liga dos Campeões
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Além da epidemia de Covid, que não terminou, o Brasil vive a epidemia da insanidade, da falta de bom senso, da falta de conhecimento, das decisões tendenciosas, do radicalismo, das mentiras e da distorção dos fatos. Muitas pessoas só enxergam e escutam o que querem.
Escrevi que Neymar, quando recua demais, tem, no mínimo, quatro jogadores pela frente, dois volantes e dois zagueiros. Contra o Chile, mais adiantado, recebia a bola entre os dois setores, com apenas dois zagueiros para chegar ao gol. Um leitor deduziu que eu tenho preconceito contra centroavantes. Pelo contrário, adoro os ótimos centroavantes.
Neste fim de semana, terminam os estaduais. O novo presidente da CBF, se quer mostrar que não tem nada a ver com as promíscuas administrações anteriores, deve diminuir o tempo dos estaduais, melhorar os estádios e os gramados, acabar com as partidas na mesma data dos jogos da seleção e muitos outros detalhes.
O Grêmio tem tudo para ser o campeão gaúcho. Em Minas Gerais, o Atlético possui mais chances, mas a rivalidade, a emoção do clássico e as boas atuações do Cruzeiro diminuem a superioridade técnica. Fora de campo, quanto mais escuto e leio sobre as negociações do Cruzeiro para a venda do clube, mais confuso fico. O rombo, o buraco, é muito mais embaixo.
No Rio, o Flamengo é o favorito contra o Fluminense. O Tricolor estava muito bem, invicto por bom tempo, mas perdeu a paz, após a decepcionante eliminação na Libertadores e a má atuação na derrota para o Botafogo. No Flamengo, existe uma desconfiança nas mudanças na escalação e na maneira de jogar feitas pelo técnico Paulo Sousa.
São Paulo e Palmeiras fazem a final do Paulista. Contra o Bragantino, o Palmeiras explorou bastante os enormes espaços deixados pelo adversário, com os velozes Rony e, principalmente, Dudu, com o auxílio dos passes precisos de Marcos Rocha. O lateral, que sempre foi um bom armador, aprendeu, com Abel Ferreira, a marcar.
O São Paulo melhorou e tem jogado um futebol vibrante e organizado, como o do Palmeiras. Falta mais brilho individual em comparação com os melhores times brasileiros. O jovem Rodrigo Nestor, desde o ano passado, tem sido o principal destaque do time. Está cada dia melhor. O passe preciso, de primeira, entre os zagueiros, para o lateral Wellington finalizar, foi espetacular. Ele une lucidez e técnica, características importantes para se tornar um ótimo jogador. Aliás, enfim, temos visto jovens e excelentes armadores nas equipes brasileiras, como Nestor, Danilo, do Palmeiras, Allan, do Atlético, e outros.
O Corinthians, eliminado pelo São Paulo, não pressionou, não finalizou e não marcou. Não fez nada. É inadmissível também que o time gaste tanto dinheiro para contratar bons reforços e não tenha, na reserva, um lateral direito mediano, razoável, para substituir Fagner, contundido. As justificativas de que o time estava cansado e que tem tido pouco tempo treinar são compreensíveis, mas não são boas desculpas para os erros na escalação e nas substituições feitas pelo técnico.
No Brasil, quando não há epidemia, falam que as coisas começam para valer depois do Carnaval. No futebol, o espetáculo se inicia quando terminam os estaduais e começam o Brasileirão, a Libertadores, as melhores partidas da Copa do Brasil e os mata-matas da Liga dos Campeões da Europa, que, cada vez mais, fascinam o público brasileiro. O mundo é um só. Basta um clique.
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