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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

E se a política de Trump der certo?

Brasil perde devido à similaridade da balança comercial do agronegócio dos dois países

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A cada dia que passa, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, se enrola ainda mais interna e externamente com suas complicadas políticas comerciais.

O Brasil é um dos ganhadores dessa política americana, podendo elevar a participação no mercado mundial de produtos agropecuários.

Parece difícil, mas se o cenário mudar, e Trump conseguir avançar em suas propostas de redução de déficit com seus parceiros comerciais, o Brasil passará a ser perdedor nesse jogo.

Um dos perigos para o Brasil é o governo americano conseguir cotas de importações de seus parceiros. A União Europeia, importante na balança agropecuária do Brasil, já ensaiou uma proximidade maior com os Estados Unidos.

Chineses e americanos, por ora, são só guerra comercial, mas tem uma hora que os interesses econômicos podem falar mais alto.

Uma eventual negociação dos americanos, via cotas, com seus parceiros complicaria o Brasil, devido à similaridade da participação dos dois países no comércio agropecuário mundial.

Dos 12 principais produtos da balança comercial agropecuária brasileira, os Estados Unidos competem em pelo uma dezena delas.

Essa concorrência vai dos grãos às proteínas. As exportações brasileiras do complexo soja trazem próximo de US$ 30 bilhões (R$ 110 bilhões) por ano ao país. O destaque fica para as vendas externas de grãos, que somam 75 milhões de toneladas. O Brasil lidera no ranking mundial, mas é seguido pelos Estados Unidos, que comercializam 57 milhões de toneladas por ano.

A situação se inverte no milho. O Brasil começa a ganhar mercado externo para o produto, com exportações médias de 30 milhões de toneladas por ano, mas encontra a sombra dos Estados Unidos no mercado. Líderes mundiais na produção desse cereal, os EUA colocam 57 milhões de toneladas do produto no mercado externo.

Os Estados Unidos competem também nas carnes, que geram US$ 15 bilhões (R$ 55 bilhões) por ano para o Brasil.

Os brasileiros lideram as exportações mundiais de carne bovina, superando 2 milhões de toneladas. Os Estados Unidos, destaque mundial também em importações, exportam 1,4 milhão.

O Brasil ganha também no frango, apesar de os americanos liderarem a produção mundial. As exportações brasileiras somam 4 milhões de toneladas e as americanas, 3,2 milhões, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Essa concorrência continua nos setores de carne suína, arroz e algodão. A ausência de concorrência fica apenas no café e no açúcar, produtos que o Brasil lidera em produção e em exportações mundiais. O Brasil ganha também no suco de laranja, mas perde em trigo, sendo um dos principais importadores do mundo.

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