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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Setor de café discute sustentabilidade em evento em BH em novembro

Consumidor fica cada vez mais exigente, mas produtor precisa ter viabilidade econômica

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Quando um europeu ou um americano toma uma xícara de café em uma cafeteria, de 3% a 5% do valor da bebida deveria ficar com o produtor. Com os preços baixos atuais de mercado, esse valor é inferior a 1%.

Para garantir renda no campo e a sustentabilidade na produção, nove países participantes de uma Plataforma Global do Café promovem um encontro mundial do setor em Belo Horizonte (MG), na segunda semana de novembro.

Detentores de 70% da produção mundial, esses países querem, ao lado de toda a cadeia, discutir a sustentabilidade produtiva, usando instrumentos de mercado.

Produtores em plantação de café no Espírito Santo - Mauro Pimentel - 23.nov.17/AFP

Para o brasileiro Carlos Brando, presidente mundial da entidade, a manutenção da sustentabilidade deve ter a participação não só da produção como também da indústria, dos exportadores e até dos consumidores. 

“Atualmente, o produtor é o elo mais fraco dessa cadeia, principalmente em períodos de preços baixos, como os de agora”, diz ele.

Uma das medidas será a colocação em operação de um índice de sustentabilidade, a partir do próximo ano. Os torrefadores não serão obrigados a ter esse índice, mas a exigência, cada vez maior dos consumidores por café sustentável, os levará a utilizar o produto. E a mostrar que faz uso de café sustentável na industrialização, afirma Brando.

A cafeicultura quer também criar regiões cafeeiras sustentáveis. Essa sustentabilidade regional da produção pode melhorar as negociações entre produtores e o restante da cadeia.

O encontro de Belo Horizonte colocará em discussões temas importantes para o setor, segundo o presidente da Plataforma Global. Um deles é um olhar futuro para a sustentabilidade.

Os atuais preços baixos do setor deixam pouco dinheiro para a produção, que arca com custos elevados das certificações.

As discussões vão girar também em torno da inovação. O setor busca investimentos de impacto, os que são feitos em programas sociais e ambientais.

Além disso, uma das discussões será sobre como medir a sustentabilidade de uma maneira menos onerosa para o setor.

Brando acredita que o uso de novas tecnologias, como aplicativos, vai melhorar a relação entre produtores e clientes.

Os membros da plataforma entendem, ainda, que o setor passa por mudanças, e as discussões deverão abranger as lideranças jovens, que assumem o comando da produção de café nos diversos países dedicados à atividade.

Os cafeicultores querem acesso maior aos mercados, que são livres e têm suas regras. Eles não vão influenciar nos preços, uma vez que há uma concorrência muito grande entre as indústrias, mas podem obter vantagens nas negociações.

Para Brando, é necessária uma campanha de conscientização do consumidor de que o café sustentável tem custos extras. Poucos estão dispostos, entretanto, a pagar por essa conta.

O presidente da entidade diz que os objetivos dessa conferência mundial é uma interação entre as pessoas e fazer com que elas pensem juntas. Serão discussões de como ações práticas podem trazer viabilidade econômica à atividade, acrescenta.

Ele acredita em avanços porque estarão nas mesas de discussões, nos dias 8 e 9 de novembro, representantes de produtores, de exportadores, das indústrias, de certificadoras e de países produtores e importadores.

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