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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Feijão para de subir com a chegada da segunda safra

Produção e consumo não vão se equilibrar, e país terá de importar 400 mil toneladas

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Os preços médios do feijão na terceira semana de fevereiro foram 77% superiores aos da mesma semana de janeiro para os consumidores paulistanos. Já na terceira de março, em relação à terceira de fevereiro, a alta foi de apenas 4%.

Mero jogo estatístico. Isso significa que o preço do feijão continua alto, embora tenha parado de subir vertiginosamente, como ocorria semanas antes. A leguminosa deverá fechar o primeiro trimestre deste ano com evolução superior a 100%.

Os números são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e foram divulgados nesta terça-feira (26).

Os dados acima são chamados de ponta a ponta e comparam os valores médios de uma semana com os de igual semana do mês imediatamente anterior. Esse critério mostra os passos mais recentes dos preços do produto.

Preço do feijão continua alto, embora tenha parado de subir vertiginosamente - Divulgação

A Fipe, porém, normalmente divulga as suas informações na forma quadrissemanal. Ou seja, os preços médios das últimas quatro semanas comparados aos das quatro imediatamente anteriores. Nesse critério, a alta do feijão ainda é de 25%.

Os dias de alta acentuada do produto, porém, podem estar no fim, pelo menos nas próximas semanas, embora o feijão vá manter preços aquecidos durante todo o ano.

A produção brasileira e a necessidade de consumo não vão se equilibrar. O país deverá consumir 3,2 milhões de toneladas, e o consumo atingirá 2,8 milhões. Pelo menos 400 mil toneladas terão de vir de fora, segundo o analista Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

O mercado de feijão apresenta esse cenário de preço alto porque a primeira safra, a mais importante, foi afetada por problemas climáticos e registrou forte queda na produção.

Neste final de março começa a chegar ao mercado feijão da segunda safra. Somado o volume da primeira com o da segunda, a oferta será de 2 milhões de toneladas. Normalmente a produção desse período é de 2,6 milhões, segundo o analista.

O início da chegada do feijão da segunda safra ao mercado já provocou um alívio nos preços. Nos períodos mais críticos de oferta deste ano, a saca chegou a R$ 400. Agora já está inferior a R$ 300 nas lavouras.

Se não chover, a oferta de produto da segunda safra crescerá em abril e em maio. Já a terceira, praticamente irrigada, terá um volume próximo de 750 mil toneladas, abaixo do potencial.

O cenário é ruim para o consumidor, mas não para o produtor. Após os prejuízos do ano passado, ele deverá obter renda neste ano, segundo Brandalizze.

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