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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Dependente da carne suína, China ainda pagará caro pela proteína

Preços elevados incentivam produtores dos principais fornecedores, mas produção chinesa ainda cai

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Não será missão fácil para os chineses se tentarem renegociar contratos de carne suína como estão fazendo com a bovina. Estudo divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Rabobank, e que avalia o comportamento do setor no primeiro trimestre deste ano, aponta oferta menor dessa proteína e demanda ainda crescente. O resultado será preços aquecidos.
 
China, Vietnã e Filipinas, afetados pela peste suína africana, serão os impulsionadores dessa demanda. O avanço da doença é mais moderado neste ano, mas ainda continua.
 
Apesar dos preços altos, há algumas incertezas em 2020. Elas se referem a acessos a mercados, implementação de política de produção por alguns países, recolocação de estoques e até a decisão de produtores. Muitos deles estão inseguros com relação ao retorno da produção, em vista dos efeitos da doença.
 
Embora a China esteja reorientando a produção para fazendas mais bem preparadas e com maior controle na biossegurança, é inevitável uma oferta interna menor de carne suína neste ano.
 
Os preços deverão continuar voláteis e vários fatores cooperam para essa instabilidade, segundo o Rabobank. Entre eles estão políticas de subsídios, reservas de carne, importações e até mudanças climáticas, influentes sobre a doença.

Preços globais e a resposta dos consumidores a esse novo patamar de negociação da carne também serão decisivos na formação da demanda.
 
A produção do Brasil, um dos principais fornecedores de carne suína para a China, sobe. A oferta e demanda, contudo, se equilibram no primeiro trimestre e, dependendo da recuperação da economia, a procura interna deverá aumentar.
 
A Europa, maior exportadora para a China, aumenta a produção. A região tem, porém, alguns desafios.
 
Os reflexos do acordo da fase 1 de negociação entre Estados Unidos e China e os possíveis efeitos do Brexit e da própria negociação da União Europeia com Estados Unidos devem influenciar nesse mercado de carne.
 
Na avaliação do Rabobank, os americanos também deverão cooperar para o déficit de carne suína dos chineses, exportando pelo menos 300 mil toneladas neste ano.
 
Os preços dos grãos estão relativamente baixos no país, houve uma melhora no manejo de produção e na genética, mas os produtores americanos querem que a demanda externa se transforme em remuneração melhor para a suinocultura.
 
Segundo o banco, as importações chinesas poderão atingir 4,3 milhões de toneladas neste ano, enquanto Japão e Coreia do Sul comprarão 1,5 milhão e 700 mil toneladas, respectivamente.
 
O Vietnã, outro país bastante afetado pela peste suína africana, deverá importar até 295 mil toneladas. As Filipinas, 360 mil. 
  
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Volta a subir A arroba de boi gordo fechou a R$ 194 nesta quarta-feira (22), segundo acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
 
 
Volta a subir 2 A alta foi de 1,81% no dia, após uma queda de 1% na terça-feira. No final de novembro, a arroba chegou a ser negociada a R$ 231.

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