Mortes: Em carta à família, médica oncologista deixa lição de vida
Larissa morreu em decorrência de um câncer um ano depois do diagnóstico
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“Vivam, vivam, cada um é dono da sua trajetória…E a vida dará em troca, amor verdadeiro, grandes amigos que farão parte da família…E muito boas memórias”. Assim a médica Larissa Medeiros encerrou uma mensagem enviada em um grupo de WhatsApp com familiares, há pouco mais de um mês, no meio de uma madrugada.
Na carta, ela falava sobre como vale a pena “usufruir das boas coisas da vida”, “as risadas, os carinhos, a alegria das viagens que tanto gostava, da comida gostosa fosse caseira ou de um bom restaurante”. E que viver esperando pelo futuro “[era] ir morrendo aos poucos.”
Quando criança, a brincadeira preferida de Larissa era montar um consultório e fazer de conta que atendia as irmãs mais novas e as amigas da vizinhança, em Lages, Santa Catarina.
No primeiro vestibular que prestou para medicina, passou em duas universidades federais. Acabou optando pela UFSC, para ficar mais perto de casa, e se especializou em oncologia e hematologia.
Em 2013, ela estava morando em Curitiba, cidade onde atendia em dois hospitais, quando conheceu Américo. Também médico, anestesiologista, em um almoço ele sentou ao lado dela. Quatro anos depois, os dois casaram cheios de planos.
“Ela adorava a vida, adorava viver. Tinha carinho, não só com os pacientes, mas com todos que nos cercavam, desde a servente do almoço, da portaria, da secretaria, era muito querida e admirada”, conta ele.
Durante a lua de mel, porém, Larissa encontrou um nódulo que ditaria o próximo ano todo. Ela morreu no dia 22 de dezembro, em decorrência do câncer de mama. Deixou os pais, o marido e as duas irmãs mais novas, Patrícia e Bruna - médicas por causa dela.
Não deu tempo de escrever o livro que sonhava, mas sua carta — compartilhada por milhares de pessoas nas redes sociais— chegou a todos os cantos do país.
“Era um ser humano extraordinário. Humana, competente, humilde, doce e suave. Viveu intensamente, porque era apaixonada por tudo que fazia”, diz a mãe, Maria Helena.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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