Mortes: Ensinou aos filhos o respeito, a dignidade e a benevolência
Laurinda de Oliveira Ankosqui era o elo familiar
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Honestidade, benevolência e a arte de cativar as pessoas foram alguns dos exemplos deixados pela dona de casa Laurinda de Oliveira Ankosqui aos filhos, Maria do Carmo e Marco Antonio.
Natural de Itajobi (a 393 km de SP), Laurinda perdeu os pais cedo. Para ajudar a família, ao terminar o primário trocou a escola pelo emprego em uma fábrica de tecidos.
Ainda jovem mudou-se para o Alto da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Assim que se casou com Orlando Ankosqui (morto há 28 anos) fixou residência no Tatuapé, na zona leste, e de lá nunca mais saiu.
Laurinda e Orlando se conheceram em um baile. O fato dele ter sido exímio dançarino contribuiu para a conquista.
Apesar do amor, a vida da família não foi leve como a dança de que Orlando tanto gostava, mas muito digna. O casal batalhou para formar os filhos --um fotógrafo e uma contabilista. Para ajudar em casa, Laurinda trabalhou como cozinheira, cuidadora de crianças e passadeira.
Laurinda apresentava-se como uma mistura de ritmos: encantadora, carinhosa e adepta do respeito, mesmo quando havia ideias e opiniões contraditórias; por outro lado, era metódica, pragmática e controladora.
"Minha mãe respeitava a diversidade e as religiões diferentes e pregava o bem até quando o assunto era política", diz o fotógrafo Marco Antonio Ankosqui, 51, seu filho.
Laurinda tornou-se um elo na vizinhança e na família. Conversava muito com seus vizinhos e, quando necessário, usava seu talento como conciliadora de conflitos. Figura conhecida no bairro, era católica fervorosa e ia à missa na Paróquia Santo Antônio de Lisboa, perto de sua casa.
Ao perder o marido, compartilhou a convivência com a cunhada Neusa. Laurinda era a que mais mantinha contato com a família de Itajobi e do Rio de Janeiro, além de com os familiares de Orlando.
Há mais de dez anos, Laurinda fazia tratamento para evitar as complicações de insuficiência cardíaca crônica. Partiu no dia 22 de maio, aos 88 anos. Viúva, deixa dois filhos e dois netos. Um bisneto está a caminho.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters