Capitais fazem força-tarefa contra nova onda de frio; veja como ajudar
Porto Alegre vai abrir ginásio; Prefeitura do Rio entregou uma tonelada de roupas a abrigos
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Com a chegada de nova onda de extremo frio, com previsão de mínimas de -6ºC em Santa Catarina, capitais e governos de estados do Sul e Sudeste organizam força-tarefa para auxiliar pessoas em situação de rua.
No Rio de Janeiro, a prefeitura entregou uma tonelada de roupas aos abrigos municipais na tarde desta terça-feira (27), prevendo que esta quarta (28) seja o dia mais frio do ano na cidade.
Itens como casacos, calças, meias, cachecóis e cobertores foram arrecadados pela Campanha do Agasalho em estações do BRT (corredores de ônibus) e depois separados, catalogados e higienizados pelo grupo da Assistência Social responsável pela distribuição.
Segundo a secretaria, as equipes que vão para as ruas todos os dias para oferecer doações e acolhimento a essas pessoas têm insistido mais para que elas optem pelos abrigos durante o frio, sobretudo em regiões de maior concentração, como Copacabana e Centro.
A sociedade civil também se organiza. O grupo de estudos espíritas Rita de Cassia, por exemplo, tem feito mantas térmicas para os moradores de rua com caixas de leite e suco coletadas nos condomínios da zona sul carioca.
No Sul, a previsão do avanço da frente fria em Porto Alegre fez a prefeitura montar um plano emergencial, com abertura do ginásio Gigantinho, ligado ao Sport Club Internacional, e intensificar as abordagens das equipes de assistência social com horário estendido para busca ativa de pessoas em situação de rua na capital do Rio Grande do Sul.
O ginásio terá inicialmente cem vagas, com camas cedidas pelo Exército, kits de higiene e três refeições por dia, além de teste rápido para o novo coronavírus e vacinação contra o Sars-CoV-2 para quem ainda não foi imunizado. O local fica disponível a partir desta terça.
Há ainda outras 140 vagas disponíveis, mas o total pode ser ampliado, conforme a demanda, segundo o prefeito Sebastião Melo (MDB). O plano de abrir o ginásio foi acionado para não correr o risco de esgotar a rede, diz ele.
“A gente tem 100, mas pode ser 150, 200, o Gigantinho é grande. Pode ser expandido. O certo é o seguinte, seja no Gigantinho, seja nas igrejas, seja nas entidades, todo mundo que desejar ser acolhido será acolhido”, disse à Folha.
A estimativa atual da prefeitura é de que haja 2.700 pessoas em situação de rua atualmente em Porto Alegre; 13% delas passaram a viver nas ruas durante a pandemia. Uma estimativa inicial, com dados de 2020, apontou que o total chegaria a 3.800.
No Gigantinho, a prefeitura ainda terá um espaço para acolher animais de estimação que acompanham as pessoas em situação de rua. A separação dos animais costuma ser um obstáculo para que muitas pessoas fiquem em abrigos, por exemplo.
Em Florianópolis, a prefeitura da capital de Santa Catarina prepara reforço na abordagem e acolhimento de pessoas em situação de rua nesta semana, envolvendo a Secretaria de Assistência Social, Fundação Somar, junto a Defesa Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal.
A previsão inicial é de oferta de 500 vagas, 200 das quais foram criadas devido à previsão de frio intenso desta semana. Cerca de 300 vagas estão na Passarela da Cidadania e em um hotel credenciado, segundo a prefeitura.
Durante a abordagem, trabalhadores falam sobre a importância do acolhimento e apresentam às pessoas a previsão do tempo para as próximas horas.
A capital catarinense tem uma população de rua estimada em 450 pessoas nesta época do ano. No verão, esse número costuma aumentar, segundo a prefeitura.
“Quarta e quinta serão dias de sensação de frio intenso devido às marcas baixas de temperatura nas manhãs e tardes e com vento. Na sexta pela manhã, marcas muito baixas de temperatura que em alguns municípios poderão ser as menores do ano até agora”, avalia a meteorologista do MetSul, Estael Sias. “De quarta a sexta serão dias de risco para população de rua”.
No fim da tarde desta terça, o serviço acolheu a primeira pessoa a aceitar auxílio da prefeitura, um homem de 49 anos, natural de São Paulo, que foi conduzido a um dos abrigos municipais.
No Paraná, diante da previsão de frio intenso, o governo e a Associação dos Municípios do Paraná acertaram nesta terça diretrizes unificadas de atuação preventiva para amenizar os efeitos das baixas temperaturas sobre a população.O plano de ação foi dividido em nove tópicos e, entre eles, está o atendimento à população vulnerável e ajuda humanitária. O trabalho é coordenado pela Defesa Civil.
Entre as ações previstas está o acionamento de abrigos, distribuição de alimentação quente, reforço na atuação das secretarias municipais de assistência social, e mobilização de igrejas e grupos de voluntários para atendimento aos moradores de rua.
Como já acontece normalmente nas temporadas mais geladas de inverno, a prefeitura de Curitiba está adotando medidas para ampliar o atendimento aos desabrigados. Serão abertas 150 vagas emergenciais de acolhimento para reforçar as 1.635 já existentes.
O trabalho de abordagem dos profissionais da Fundação de Ação Social (FAS) será ampliado em tempo e número de equipes. A Guarda Municipal vai ajudar, alertando os moradores de rua sobre a necessidade de recolhimento. Quem verificar alguém em situação de risco também pode ligar para a central de atendimento (156) da prefeitura para solicitar o resgate social.
A SOS Vila Torres, entidade que atende sete vilas da periferia da capital paranaense, também está arrecadando cobertores, roupas de inverno e alimentos para a população carente.
A queda da temperatura em Belo Horizonte fez aumentar a procura por roupas de frio na rede de proteção a moradores de rua montada pela Pastoral de Rua, vinculada à Arquidiocese da capital.
Segundo a coordenadora da entidade, Claudenice Rodrigues Lopes, na semana passada houve a entrega de 600 agasalhos, ante 400 na semana anterior.
A previsão é que a temperatura mínima na cidade a partir desta quinta (29) fique abaixo de 10ºC.
A pastoral recebe doações individuais e de grupos de apoio a pessoas carentes. "A gente também tem arrecadado cobertores", diz Claudenice.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou ter intensificado abordagens à população de rua durante o período mais frio. O município repassa informações sobre cuidados a serem tomados no inverno. A prefeitura afirmou ainda ter estoque de 700 cobertores para distribuição imediata.
A capital registra atualmente média de 85% de ocupação dos dois abrigos que mantém destinados a pernoite da população que vive nas ruas. A ocupação é por demanda espontânea. O total de vagas nos dois abrigos é de 592.
COMO AJUDAR
SÃO PAULO
Cruz Vermelha
O que doar: roupas, cobertores, kits de higiene, produtos de limpeza e alimentos
Onde doar: na sede da Cruz Vermelha (avenida Moreira Guimarães, 699, Indianópolis) e em diversos pontos de coleta cruzvermelhasp.org.br/agasalho . Também é possível doar em dinheiro no site
Fundo Social de São Paulo
O que doar: agasalhos e cobertores novos
Onde doar: há pontos de coleta em todas as estações de Metrô das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata, e também das estações de CPTM das linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, além de outros pontos na capital paulista
Casa de Oração do Povo da Rua
O que doar: alimentos, cobertores, agasalhos, camisetas, cuecas, meias, luvas e gorros
Onde doar: na sede (rua Djalma Dutra, 3, Luz), das 8h às 16h
Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade)
O que doar: alimentos, roupas e cobertores
Onde doar: na sede (rua Rodrigues dos Santos, 831), das 9h às 17h
Anjos das Ruas
O que doar: cobertores e dinheiro
Onde doar: por meio do site campanha.lepinenxovais.com.br, com o código spanjosdasruas, ou pelo Instagram @spanjosdasruas
RIO DE JANEIRO
Cruz Vermelha
O que: campanha do agasalho para a região metropolitana do Rio e outros municípios
Onde doar: praça da Cruz Vermelha, 10/12 - Centro, Rio de Janeiro
Contato: (21) 2508-9090 / (21) 2224-1941
Grupo de estudos espíritas Rita de Cássia
O que: fabricação de mantas térmicas com caixas de leite ou suco
Onde doar: rua Almirante Guilhem, 265 - Leblon, Rio de Janeiro, ou no site.
Contato: (21) 2239-3695 / (21) 2529-2580
PORTO ALEGRE
Prefeitura de Porto Alegre/Movimento POA que Doa
O que: campanha do agasalho e de alimentos
Onde doar: Ginásio Tesourinha, avenida Érico Veríssimo, s/nº, bairro Menino Deus, ou no site
Governo do Rio Grande do Sul
O que: campanha do agasalho
Onde doar: supermercados parceiros e quartéis da Brigada Militar (a PM gaúcha) e do Corpo de Bombeiros, ou no site
FLORIANÓPOLIS
Atendimento a pessoas em situação de rua pode ser solicitado, em serviço 24 horas, pelos números (48) 99182-6870 ou (48) 99169-3044 ou pelas linhas gerais da Defesa Civil de Florianópolis (199), Guarda Municipal (153), Polícia Militar (190) e SAMU (152).
Fundação Somar
O que: doações de roupas, cobertores e meias
Onde doar: supermercados Angeloni, Imperatriz, Fort Atacadista e Brasil Atacadista de Florianópolis, mercado Harmonia (Barra da Lagoa), Multi Open Shopping (Rio Tavares), Instituto Embelleze (Centro), Clube Social e Desportivo ELASE (Carvoeira), All In Storage, no Coworking Lemonadde (Itacorubi), Larissa Bovo Fitwear (Centro), Todas as unidades do Pró-Cidadão e PROCON, Secretaria do Continente e sede da Fundação Somar, na rua Tenente Silveira, 60 - 1º andar
Rede Laço de Voluntariado
O que: arrecadação de cobertores e agasalhos:
Onde doar: informações no site
CURITIBA
SOS Vila Torres
Onde doar: rua Guabirotuba, 770, Vila Prado Velho, Curitiba
Contato: (41) 99106-9104 (WhatsApp), ou no site
Campanha Aquece Paraná (Governo do Paraná)
Onde doar: endereços no site
Campanha Doe Solidariedade (Prefeitura de Curitiba)
Onde doar: endereços no site
BELO HORIZONTE
Pastoral de Rua
Onde doar: rua Além Paraíba, 208, bairro Lagoinha
Contato: (31) 3428-8366
Prefeitura de Belo Horizonte
Contato: (31) 3277-1463
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