Líder comunitária ajuda na luta contra a fome em Florianópolis
Maria Lucelma de Lima fundou primeira associação de moradores em seu bairro na periferia da cidade
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Casada e com cinco filhos, Maria Lucelma de Lima, 61, é uma referência na comunidade em que vive na periferia de Florianópolis (SC). Conhecida por todos como Celma, ela se desdobra para oferecer ajuda em todos os âmbitos possíveis, com especial atenção em garantir alimentação e itens básicos de sobrevivência para seus vizinhos. “Não é de mês em mês que a pessoa come, é todos os dias”, costuma dizer.
O envolvimento de Celma com a comunidade começou em 1985, quando iniciou a construção de uma casa na servidão dos Lageanos, em Serrinha, onde mora até hoje. Ela acreditava que aquele terreno pertencesse à prefeitura, porém se tratava de uma propriedade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que vinha sendo ocupada desde os anos 1980.
Trabalhando como empregada doméstica, Celma encontrou tempo, em 1987, para ajudar a fundar a primeira associação de moradores com o objetivo de batalhar pelo direito à moradia no local. Em 2009, a UFSC iniciou um processo de reintegração de posse que durou até 2020, quando um acordo entre universidade e município concretizou a cessão do terreno à prefeitura, que se comprometeu a regularizar a situação das 85 famílias que vivem no local.
Mesmo depois da conquista, Celma se manteve como uma espécie de “protetora” da comunidade. Auxilia, por exemplo, na arrecadação de leite materno para recém-nascidos e de cestas básicas. “A missão dela é ajudar as pessoas. Ela não tem muitas posses, mas tem o acolhimento”, diz a farmacêutica Eunice Silveira, amiga de Celma.
Eunice, 70, conhece Celma há quase 30 anos. Ela diz que foi a amizade entre elas que a levou a se envolver na rede de assistência formada por Celma no bairro, com contribuições de amigos e ex-alunos da UFSC.
Durante a pandemia, Celma vem tentando ajudar pessoas mais vulneráveis. Ao todo, ela já arrecadou mais de 700 cestas básicas para famílias da região. Eunice afirma ter conseguido a adesão das vizinhas graças ao histórico de Celma. “Tem gente que não é séria, e não sabemos se vão realmente fazer o que prometem, mas ela a gente sabe que vive para isso.”
Celma diz não se incomodar em estender a mão a quem precisa. “Eu trato todo mundo que vem na minha casa muito bem, por que, um dia, quando eu não estiver mais aqui, é o que vai ficar.”
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