Mortes: Pescador apaixonado, virava criança nas aventuras radicais
Mesmo imunizado, José Geraldo Locatelli foi mais uma vítima da Covid-19
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O sorriso estampado nas fotos ilustrava bem quem era José Geraldo Locatelli: um homem simples, tranquilo e bem-humorado. Não é por acaso que essas características combinam tão bem com a pescaria, uma de suas paixões.
E foram muitas. Entre as que ficaram nas lembranças estão as realizadas com os amigos em Mato Grosso. José guardava com carinho as centenas de fotos exibindo os peixes que pegou e a variedade de artefatos de pesca.
As brincadeiras com a neta Maria Júlia, 3, seu xodó, e os passeios em família completavam sua felicidade.
“Meu pai era o que mais curtia as viagens em família. Parecia uma criança. Quando íamos a parques aquáticos ele se divertia nos toboáguas, desde os menores até os mais altos e radicais”, conta a jornalista Carmen Paula Locatelli, 51, sua filha.
A serenidade que cultivava no dia a dia não permitia discussões. Como pai e marido, José foi presente e carinhoso.
Dizia com frequência aos filhos que sempre há um lugar para quem é competente no que faz. Foi o seu caso.
Natural de São José do Rio Pardo (a 254 km de SP), era o mais novo entre quatro irmãos. José começou a trabalhar cedo, numa oficina mecânica. Fez o tiro de guerra e depois entrou para a construtora Camargo Corrêa como encarregado de manutenção de máquinas pesadas. Lá, permaneceu por muitos anos.
Segundo a filha, a passagem por outras construtoras permitiu que ele participasse de grandes obras de engenharia. A lista inclui o Aeroporto de Cumbica, , estações de metrô de São Paulo, a Ponte Rio-Niterói, a Ferrovia do Aço (em Minas Gerais) e várias rodovias, sendo a última, a dos Bandeirantes.
Durante alguns anos, em São José do Rio Pardo, ele e o irmão Renato —os dois eram inseparáveis— foram proprietários de um posto de combustíveis..
José estava casado com Maria Carmélia Ramos Locatelli, 80. No dia 26 de setembro, eles completariam 57 anos de matrimônio.
De saúde perfeita, não descuidava dos cuidados durante a pandemia e nunca saía sem máscara. Tomou a segunda dose da AstraZeneca em junho e em julho a vacina contra a gripe. Ele morreu dia 27 de agosto, aos 84 anos, por complicações da Covid-19.
Além da esposa, José deixa dois filhos, uma neta e um irmão.
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