Mais de 40 mulheres ciclistas denunciam ataque com spray na avenida Paulista; veja vídeo
Participantes relatam desconforto nos olhos e tosse após substância lançada por uma pessoa em uma moto
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Mais de 40 mulheres ciclistas denunciam ter sido atacadas na avenida Paulista na última quarta-feira (24) por uma pessoa em uma moto usando um spray. O caso ocorreu durante a pedalada semanal do Vespas Bike Gang, grupo que promove passeios de bicicleta para mulheres.
Karoline Coimbra, cofundadora do grupo, acredita que se tratava de um spray de pimenta, uma vez que a substância causou desconforto nos olhos e tosse nas presentes.
"Não temos como confirmar, mas algo foi espirrado, e eu fui uma das primeiras a ser atingida", diz Coimbra. Ela relata ainda que a moto passou muito próxima e ela logo sentiu algo molhado no braço.
"Uma amiga disse ‘olha o motoqueiro’ e vi o spray no ar, como se fosse um desodorante. Quando olhei, as meninas foram parando porque já estavam passando mal", conta a ciclista.
Coimbra conta que o agressor, apesar de ter andado lado a lado com todo o grupo, não teve sucesso em atingir todas as ciclistas. Algumas delas, que estavam mais afastadas, não foram prejudicadas.
Felizmente, o incidente não motivou nenhum acidente sério e, na hora, o grupo parou para algumas tomarem água e pingarem colírio.
"Poderia ter acontecido algo de grave, como uma menina cair em cima de outra ou perder o controle, mas por sorte e, como sempre andamos muito organizadas, nada aconteceu", diz.
Desde a última quarta, o grupo reúne os relatos e os contatos das 47 mulheres que estavam presentes no dia do incidente e, de acordo com Coimbra, deve formalizar um boletim de ocorrência nesta segunda-feira (29).
A ação foi gravada pela câmera de uma participante. Nas imagens (assista abaixo), é possível ver o momento em que o agressor dispara o spray. A placa da moto, no entanto, não é nítida na cena, assim como o rosto de quem pilotava.
Coimbra afirma que o grupo nunca tinha passado por uma situação semelhante. "Acontecem problemas de trânsito, claro, tem motorista que xinga, mas nunca tinha acontecido nada nesse nível."
O medo, ela diz, sempre foi presente, mas agora fica ainda mais latente.
"Como vamos nos sentir seguras agora se fomos atacadas na principal avenida da cidade? Imagina se estivéssemos em algum outro lugar que não tem toda essa claridade e quantidade de pessoas passando", lamenta Coimbra.
Apesar do susto, ela garante que a pedalada não será descontinuada. "A rua é nossa, todo mundo tem que ocupar o espaço no trânsito e nós ocupamos o nosso da forma correta. Vamos continuar."
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