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Mortes: De vidros de perfumes a amigos, foi um colecionador nato

Carlos Eduardo Moreira Ferreira presidiu a Fiesp e a CNI e foi deputado federal pelo antigo PFL

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São Paulo

Na adolescência, o paulistano Carlos Eduardo Moreira Ferreira colaborava com a renda da família na entrega da manteiga produzida e vendida na fazenda pertencente ao seu avô desde 1907, em Brotas (a 246 km de São Paulo).

Ainda na juventude, também trabalhou numa olaria, onde carregava pilhas de tijolos de um lado para outro, e prestou serviços administrativos na Secretaria da Agricultura, segundo conta o engenheiro agrônomo, Carlos Eduardo Moreira Ferreira Filho, 58.

Moreira Ferreira morreu em 1º de maio, Dia do Trabalho, pelo qual tinha grande apreço e dedicou-se até pouco tempo atrás. Seu estado de saúde estava debilitado, de acordo com o filho.

Carlos Eduardo Moreira Ferreira (1939-2022) - Isadora Brant - 16.abr.12/Folhapress

Advogado formado pela USP, deixou ao país uma bela história de 83 anos, em parte no comando da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), das quais esteve como presidente.

Sob os olhos dos familiares e amigos, sua marca foi a generosidade. "Ao longo da vida, ele ajudou muita gente", diz o filho.

"Ele me ajudou a ser quem eu sou. Foi um amigo e um segundo pai para mim. O que mais gostava na vida era de receber os amigos para uma roda de viola em Brotas. Ficam a alegria, generosidade e a união. Ele era um agregador", afirma a jornalista Renata Netto, 55, amiga da família desde criança.

Autor do livro "Ver sem Ver" (2006), Carlos Eduardo Moreira Ferreira Filho, deficiente visual desde 30 anos de idade, contou que o apoio de seu pai para a montagem do Senai em Itu (Ítalo Bologna), especializado em preparar mão de obra de deficiente físico para a indústria, foi fundamental. "O diretor de lá disse que ele foi o único presidente [da Fiesp] a dar força para montar aquele Senai", comenta.

Moreira Ferreira gostava de colecionar coisas, como vidros de perfumes vazios e cadeados. Apaixonado por música, assobiava o dia inteiro. Seu último aniversário, em 9 de março, teve a participação do grupo Trovadores Urbanos.

"Ele era um dos pilares da minha vida. E me dava conselhos, bronca; a palavra dele pra mim era lei. Convivi muito com o Carlos Eduardo na fazenda em Brotas e aqui em São Paulo. Eu me sinto um privilegiado por ter passado mais de 30 anos da minha vida com uma pessoa igual a ele, carinhosa, afetuosa, que ouvia muito e de conselhos certeiros. Vai fazer muita falta", diz o administrador de empresas Luiz Roberto Vargas do Amaral Filho, 53, amigo desde 1990.

Carlos Eduardo Moreira Ferreira deixa a esposa Maria Aparecida, quatro filhos, oito netos, um bisneto e dois enteados.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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