PF aponta pagamento de propina por garimpeiros de ouro dentro de prefeitura no Amazonas
Prefeito e secretários são investigados, e irmã do mandatário da prefeitura foi presa com dinheiro e ouro
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Uma investigação da Polícia Federal apontou a existência de um esquema de pagamento de propina por garimpeiros de ouro dentro da Prefeitura de Jutaí (AM), cidade a 750 quilômetros de Manaus, no oeste do estado.
A PF deflagrou uma operação nesta quarta-feira (20) e cumpriu mandados de busca e apreensão dentro da prefeitura.
Entre os investigados estão o prefeito da cidade, Pedro Macário Barboza, eleito pelo PDT, e secretários de sua gestão.
Procurado, o prefeito não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Uma irmã do prefeito foi presa em flagrante, com quase R$ 40 mil em dinheiro e com ouro, segundo pessoas a par da operação deflagrada. A PF não divulgou os nomes dos suspeitos.
Os garimpeiros apontados como pagadores de propina atuam ilegalmente com dragas na região.
Barboza já havia sido alvo de uma ação da PF. Ele foi preso no fim de 2021 por transportar uma quantidade de ouro considerada fruto de extração ilegal.
A operação deflagrada nesta quarta é a Uiara III.
Segundo o comunicado divulgado pela PF, a operação é fruto de uma investigação que busca desarticular uma "organização criminosa voltada à prática de garimpo ilegal e demais crimes conexos, como corrupção ativa e passiva, crimes ambientais e possíveis outros ocorrendo em sua maior parte na cidade de Jutaí".
As penas dos crimes investigados, somadas, podem ultrapassar 20 anos de prisão, segundo a PF.
Ao todo, a PF cumpriu dez mandados de busca e apreensão e outras dez medidas cautelares, como o afastamento do cargo e de funções públicas e o impedimento de acesso à Prefeitura de Jutaí.
Houve decisão judicial afastando o prefeito do exercício do cargo, segundo as fontes ouvidas pela reportagem.
Entre as medidas cautelares está a cassação de autorizações de garimpo de minério ilegal, conforme a PF.
"Toda a atividade de lavra de minério na região é ilegal", afirmou a PF. "As ações objetivando a desintrusão de garimpeiros continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas no decorrer do ano a outras regiões no estado do Amazonas."
A operação Uiara I destruiu 131 balsas de garimpo ilegal na região de Autazes (AM) e Nova Olinda do Norte (AM), segundo a PF. A Uiara II destruiu 34 balsas na região de Borba (AM).
As duas operações objetivaram a retirada de garimpeiros ilegais das áreas preservadas da Amazônia.
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