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Grupo cria primeiro aplicativo de relacionamentos do Brasil para pessoas negras

Chamado Denga, programa gratuito já está disponível para download

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Campinas

O primeiro aplicativo de relacionamentos para pessoas negras desenvolvido no Brasil foi lançado nesta sexta-feira (14).

Denga, como foi chamado, tem como foco relações afrocentradas, isto é: que têm o negro e sua cultura como centro do afeto. O download, gratuito, está disponível para os sistemas Android e IOS.

A ideia surgiu de experiências pessoais frustradas de Fillipe Dornelas, 30, desenvolvedor de software e idealizador do projeto. Ele conta que já passou por situações de racismo em outros aplicativos de relacionamento, e constantemente se sentia fora dos padrões daqueles ambientes.

Denga, primeiro aplicativo de relacionamentos do Brasil para pessoas negras é lançado nesta sexta-feira (14) - Divulgação

"Por mais que nós sejamos maioria da sociedade, dentro dos aplicativos não era assim. Geralmente não tinha pessoas pretas, demorava muito para achar uma e ainda assim não necessariamente ia conseguir dar match", afirma.

Foi para contrariar essa lógica que Dornelas escolheu "dengo", palavra derivada da língua africana quicongo que significa aconchego, para nomear o aplicativo, que funcionará em todo o país.

Depois de ser desligado de seu último emprego, ele investiu R$ 25 mil no novo projeto e passou a se dedicar com exclusividade ao desenvolvimento do software. O app tem outros três sócios.

O grupo afirma que não querer influenciar no tipo de relação que surgirá a partir da rede, que pode ser acessada por pessoas não negras. Eles dizem também que situações de racismo e outros tipos de violência não serão tolerados.

"Se a pessoa simpatizar com a comunidade negra, realmente respeitar e for antirracista, ela vai estar lá e vai ser bem-vinda. Mas o que a gente fomenta é que o aplicativo seja para ajudar pessoas a encontrarem o seu amor afrocentrado", diz a diretora de marketing, Ana Paula Santos, uma das sócias.

Os fundadores do Denga, da esquerda para a direita: Fillipe Dornelas, Barbara Brito, Ana Paula Santos e Roger Cipó - Divulgação

De acordo com o grupo, o programa se adequa à Lei Geral de Proteção de Dados e nenhuma informação pessoal será vendida pela empresa. Além disso, não haverá publicidade para os usuários, mesmo na versão gratuita.

A dinâmica é parecida com a das diferentes plataformas de relacionamento —quando o interesse for mútuo, os usuários darão "chamego".

Já no plano VIP, o público terá acesso a benefícios exclusivos, como ver quem curtiu seu perfil ou quem deu uma espiada, mas decidiu não clicar.

O cadastro é feito por meio do número de celular. Após receber um código de verificação via SMS, o usuário é encaminhado para a página de perfil. São pedidas informações como nome, gênero, data de nascimento, profissão e bio (descrição).

É também nessa página que o público sinaliza se gostaria de conhecer homens, mulheres ou os dois. O uso de foto é obrigatório para concluir o cadastro.

Após concordar com os termos de uso e a política de privacidade, uma permissão de acesso da localização é solicitada.

Outro aplicativo com proposta parecida é o CultureCrush, fundado pela empreendedora americana Amanda Spann. O perfil brasileiro da marca no Instagram tem cerca de 5.000 seguidores.

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