Mortes: Sensível ao social, era agregador e entusiasmado pela política
Eurico de Farias Reis foi preso político na década de 1960, a partir da ditadura militar
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A busca de novos horizontes motivou a mudança de Eurico de Farias Reis, de Campina Grande (PB), sua terra natal, para o Rio de Janeiro.
Claro nos objetivos e determinado, o paraibano se estabeleceu na cidade e iniciou a nova fase da vida com a ajuda de parentes, segundo a advogada Naura Reis, 74, sua irmã.
Eurico foi funcionário do TCU (Tribunal de Contas da União) e devido ao trabalho morou em Vitória, Manaus, Natal e Recife.
A passagem por Manaus marcou o início da faculdade de direito. A continuação do curso, em Natal, foi interrompida pela prisão durante a ditadura militar. Na segunda metade dos anos 1960, segundo Naura, aposentou-se compulsoriamente.
Foi transferido a um quartel no Recife, onde em 1967, já em liberdade, concluiu o curso de direito na Universidade Federal de Pernambuco.
O diploma abriu portas para a atuação como advogado na esfera penal e permitiu complementar a renda, uma vez que o valor da aposentadoria era baixo. Ele ingressou com processo contra a União para ser reintegrado ao TCU e obter os direitos que haviam sido assegurados.
O entusiasmo pela política e a sensibilidade aguçada para questões sociais eram a marca de Eurico. Assim, procurava cercar-se de pessoas com as mesmas afinidades.
"Eurico tinha muita vitalidade. Era alegre, agregador e gostava de receber os amigos, de cinema e de viajar com os olhos de cidadão do mundo. Avesso a preconceitos, condenava a falta de solidariedade e a deslealdade", afirma a irmã.
Ele foi o grande incentivador para a família trocar Campina Grande pelo Recife. Casou-se duas vezes e não teve filhos.
Eurico de Farias Reis morreu dia 22 de novembro, no Rio de Janeiro, dois dias após o aniversário de 86 anos. Ele tinha o estado de saúde bem debilitado, insuficiência renal aguda e problemas cardíacos. O advogado deixou a segunda mulher, Magdalena Torbisco.
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