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Família mantém esperança de encontrar desaparecida em tragédia no litoral de SP

Jovem passava o Carnaval na Barra do Sahy com amigos; o marido dela e outras duas pessoas do grupo morreram

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Cláudio Oliveira
São Sebastião (SP)

Sem notícias da irmã, Jéssica Mota de Araújo, 29, Alexandre Mota afirma ainda ter esperanças de encontrá-la viva após as chuvas históricas que atingiram o litoral norte paulista no último final de semana (dias 18 e 19).

"Ela tinha 29 anos, toda uma vida pela frente. Nós ainda temos esperança. Minha mãe está chorando muito, mas temos que aguardar. A esperança é a última que morre", disse Alexandre.

Jéssica estava em uma casa alugada para o Carnaval com outras oito pessoas na Barra do Sahy, a área mais afetada pelo temporal em São Sebastião.

Ernando Mota e Alexandre Mota (de boné), tio e irmão de Jéssica, desaparecida na Barra do Sahy, foram à funerária Campo Vale, em São Sebastião, em busca de informações - Cláudio Rodrigues/Folhapress

Ela é a única ainda desaparecida do grupo do qual quatro morreram e três tiveram ferimentos graves, sendo duas crianças, conta Alexandre. "Uma [criança] teve que passar por uma cirurgia na coluna, e a outra quebrou a perna. Elas estão no hospital."

O marido de Jéssica, Eliton Prado da Silva, 32, está entre os 48 mortos já confirmados da tragédia.

Alexandre estava nesta quarta-feira (22) acompanhado de outros três familiares na funerária Campo Vale, em São Sebastião. Ele saiu de São Paulo em busca de informações sobre a irmã e para fazer o reconhecimento do corpo do cunhado, o que não foi possível, já que é necessário ter parentesco de primeiro grau com a vítima.

Os familiares de Jéssica dizem que a última visualização no aplicativo de mensagens WhatsApp foi no domingo (19), por volta das 23h.

O tio da jovem, Ernando Mota, 43, também mantém esperanças de encontrar a sobrinha. "Eu só acredito vendo. Espero que ela esteja em algum lugar, sem sinal de celular."

Ernando se vê como um sobrevivente da tragédia. "Eu ia vir, mas estava trabalhando e não consegui. Estava bem animado para visitar o litoral. Não esperava uma tragédia dessa."

Segundo os familiares, as vítimas viajaram em cinco carros, e o paradeiro dos veículos é desconhecido.

"Ninguém sabe dos carros, nem da minha irmã. Eu queria ir até lá ajudar a encontrá-la, mas não consigo chegar. O jeito é manter as esperanças. É o que resta", disse Alexandre.

As equipes de resgate prosseguem as buscas por vítimas na costa sul de São Sebastião. O balanço mais recente da Defesa Civil, divulgado nesta quarta, aponta 48 mortes (47 em São Sebastião e uma em Ubatuba). Há, ainda, ao menos 36 desaparecidos.

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