Greves não vão impedir privatizações, diz Tarcísio
Governador de SP afirma que paralisação tem cunho político e não vai deter estudo para novas concessões
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça (3) em entrevista a jornalistas no Palácio dos Bandeirantes que a greve dos servidores do Metrô, da CPTM e da Sabesp que acontece na região metropolitana tem cunho político e é ilegal.
Ele reiterou que as greves não vão impedir que a gestão continue estudando privatizações que, segundo ele, têm como objetivo a melhoria do transporte e da experiência do cidadão.
"Vamos continuar estudando processos para prestar o melhor serviço ao cidadão. Nós temos a convicção inabalada de que vamos prestar o melhor serviço para o cidadão. Nada vai nos afastar do objetivo", disse Tarcísio, que classificou a greve como um movimento abusivo e egoísta.
"Temos a confiança de que podemos fazer mais e melhor e não vamos parar. Lamento o transtorno do cidadão que teve o direito ao transporte tolhido."
O governador destacou que as únicas linhas que continuam funcionando mesmo em meio a greve são as privatizadas, o que demonstra, segundo ele, que as concessões têm um bom resultado para a população.
Tarcísio reiterou que a Justiça de São Paulo proibiu a paralisação total na semana passada. A decisão determinou que tanto o Metrô quanto a CPTM funcionem com 100% de capacidade nos horários de pico. Nos demais horários, os funcionários devem garantir 80% do efetivo de funcionários. Porém, isto não aconteceu.
"Se eles [sindicatos] não respeitam nem os cidadãos, nem a Justiça, vão respeitar quem?", questionou. O governador disse ainda que o governo trabalha para reduzir o sofrimento dos cidadãos.
"Há um descumprimento da decisão judicial", disse Tarcísio, para quem a greve tem "clara motivação política".
"No ano que vem temos eleições municipais e está muito clara a motivação deles. Como vamos ter um prefeito que não dialoga com o governo?", afirmou.
As linhas de trem 8-diamante e 9-esmeralda, que hoje são operada pela Viamobilidade, apresentaram recentemente diversos episódios de falhas e descarrilamentos. Quanto a isso, Tarcísio afirmou que o governo agiu para que a situação fosse resolvida.
"Fizemos diversas reuniões e aplicamos mais de R$ 150 milhões em multas. As linhas chegaram em condições precárias para a iniciativa privada", disse o governador, que afirmou que a situação das duas linhas já está melhor e que, hoje, as linhas que mais apresentam falhas são as sob gestão pública.
Sobre as privatizações, um estudo inicial em relação À Sabesp já foi concluído. Quanto ao Metrô e à CPTM, o governador disse que o estudo ainda está sendo realizado e que ainda não se sabe se será feita uma concessão ou privatização.
"Estamos estudando e vamos continuar estudando. Isso está dentro do nosso plano governo", disse. "Temos estudos para verificar viabilidade financeira. Durante o processo de concessão, existe um momento da consulta à população e a hora para mostrar discordância, mas a discordância não pode ser motivo de privação dos cidadãos", afirmou ele.
Sindicatos entraram com pedido na Justiça para que, durante a greve, as catracas nos metrôs e trens fossem liberadas. O pedido foi negado pelo TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região). O governador afirma que a decisão foi acertada, pois poderia afetar a segurança dos cidadãos.
"Catraca livre é colocar a segurança do cidadão em risco. Pode ocasionar acidentes e isso não é desejável", disse Tarcísio.
O governador afirmou que vai trabalhar para que esse tipo de greve não volte a acontecer e citou medidas que foram tomadas para atenuar os problemas durante o dia, como decretação do ponto facultativo e mudança das rotas dos ônibus.
Além disso, há nesta terça 12 mil ônibus circulando pela cidade, 200 a mais do que nos dias sem greve.
Também participaram da entrevista os presidente do Metrô e da CPTM, que afirmaram que ainda não há expectativa de normalização dos serviços que foram paralisados com a greve.
Pedro Moro, da CPTM, disse que as linhas de trem que não funcionam ou estão atuando apenas de forma parcial não devem voltar a operar devido a falta de funcionários. Julio Castiglioni, do Metrô, afirmou que as quatro linhas paralisadas não devem voltar a funcionar ao menos até as 14h, quando a situação será reavaliada.
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