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Polícia Civil prende 7 pessoas por apologia do nazismo no Rio Grande do Sul

Operação Accelerare contou com a participação de cerca de cem policiais, que cumpriram mandados de busca e apreensão

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Maria Carolina Marcello
Brasília | Reuters

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu sete pessoas por apologia do nazismo e associação criminosa em terceira fase de operação que investiga, desde maio deste ano, existência de diversos grupos neonazistas e extremistas no estado, informou nota publicada no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta terça-feira (14).

A fase 3 da Operação Accelerare contou com a participação de cerca de cem policiais, que cumpriram mandados de busca e apreensão e prisão preventiva para desarticular organização criminosa de prática de apologia do nazismo.

Segundo a nota, o Ministério da Justiça apoiou a operação do Rio Grande do Sul por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública com reforço das polícias de São Paulo, Paraná e Ceará.

Material de apologia do nazismo apreendido em Maquiné, no litoral norte do Rio Grande do Sul, na primeira fase da Operação Accelerare - Polícia Civil - 12.abr.23/Divulgação

A Operação Accelerare teve início em maio deste ano a partir de denúncia anônima sobre a existência de grupos extremistas e neonazistas no Rio Grande do Sul. Foi colocada em prática, a partir de então, a primeira fase da operação em que três suspeitos —já monitorados pela Delegacia de Combate à Intolerância (DPCI) e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin)— foram presos em flagrante.

A segunda fase da operação ocorreu em junho, quando foram apreendidos celulares e computadores. A partir dos dados extraídos dos aparelhos, com o apoio de peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP), foram identificadas células neonazistas com características extremistas e separatistas. Também foi possível levantar integrantes desses grupos e suas lideranças, levando a operação à sua terceira fase.

"Até o momento, foram presas sete pessoas e apreendido um adolescente infrator, bem como materiais e simbologias de apologia do nazismo, fardas da SS, armas brancas, simulacros de arma de fogo e literatura fascista e nazista", diz a nota do Ministério da Justiça.

O número de investigações abertas sobre suposta incitação ao neonazismo apresentou um salto desde 2019, apresentando com um "aumento significativo" em 2023: 21 investigações sobre suposta fabricação, venda, distribuição ou ostentação de suásticas "com o objetivo de propagar o nazismo" foram abertas até junho deste ano, contra apenas uma em 2018, ano em que Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República.

Entidades como a Confederação Israelita do Brasil (Conib) apontam um crescimento de grupos extremistas, a maioria deles neonazistas. Pesquisadores da Unicamp, por sua vez, rastrearam um aumento de mais de dez vezes no número de células neonazistas no Brasil desde 2015.

O problema do neonazismo é particularmente agudo no Sul do país, onde grande parte da população tem ascendências alemã e italiana.

Na semana passada, o país viu notícias de intolerância e extremismo em outra frente. A Polícia Federal prendeu duas pessoas em uma operação para desmembrar uma suposta célula do grupo militante libanês Hezbollah que estaria planejando ataques a alvos judaicos no Brasil. A agência de espionagem israelense Mossad disse em uma declaração que ajudou o Brasil a frustrar um ataque.

O Brasil tem relativamente pouca história de extremismo doméstico.

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