Líder umbandista é investigado sob suspeita de crimes sexuais contra seis fiéis em MG
Centro em Juiz de Fora foi fechado após denúncias; OUTRO LADO: religioso negou à polícia os relatos das mulheres
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Um líder umbandista é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais sob suspeita de ter praticado crimes sexuais e ameaças contra seis fiéis do centro que conduzia em Juiz de Fora (MG). O local foi fechado após as denúncias.
A maior parte dos supostos abusos relatados à polícia ocorreu em 2022 e este ano, após o fechamento do centro de umbanda. Um dos relatos, feito nesta quarta-feira (27) à polícia, descreve um abuso ocorrido em 2017 contra uma menina que, à época, tinha 13 anos.
O pai de santo investigado, Expedito Moisés dos Santos, negou na polícia as acusações de que é alvo.
A Folha não conseguiu falar com ele por meio do telefone fornecido à Polícia Civil quando prestou depoimento.
Em nota, a Polícia Civil mineira disse o inquérito está em tramitação sob segredo de Justiça na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher. "Várias vítimas foram ouvidas e várias diligências foram realizadas", disse a corporação.
As primeiras denúncias foram feitas por três mulheres em abril deste ano.
Uma afirmou que o líder passou a mão em suas nádegas durante um aniversário em março deste ano. Outra afirmou que, em outubro de 2022, foi levada a masturbar Santos e enviar uma foto nua para ele sob alegação de que se tratava de um trabalho religioso para atrair um pretendente ao casamento.
A terceira disse ter recebido uma ligação de vídeo do pai de santo enquanto ele se masturbava, em março deste ano. Em agosto, uma quarta fiel relatou ter recebido uma ligação com o mesmo teor. Uma quinta fiel do centro afirmou ter recebido este mês outra videochamada do mesmo tipo.
Quatro fiéis também relataram que foram convidadas pelo pai de santo para banhos sob alegação de outro trabalho religioso.
Nesta quarta, a sexta fiel fez uma notícia crime relatando ter sido vítima de abuso há seis anos, quando tinha 13 anos. Ela disse que o pastor pediu carona para seu pai após uma confraternização. Durante a viagem, o pai de santo teria alisado um de seus seios. Ela disse que tentou impedir as investidas do líder religioso, mas ele insistiu no abuso.
"A noticiante ficou em choque e literalmente 'travou', não conseguindo alertar seus pais do acontecido por medo de eventual reação e continuou tentando a todo instante fazer cessar os toques lascivos do noticiado, sem sucesso", diz a notícia-crime enviada para a delegacia.
Em nota, o advogado Matheus Ferreira afirmou que "a coragem demonstrada por estas vítimas em denunciar tais atos é digna de reconhecimento".
"O inquérito está em andamento, e confiamos plenamente no trabalho das autoridades competentes. Acreditamos na eficácia do sistema de Justiça em garantir que o responsável por esses atos seja responsabilizado criminalmente por todas as suas condutas criminosas", afirmou o advogado.
Em depoimento à polícia, Santos negou as acusações. Reconheceu, porém, ter ligado nu para uma das vítimas, embora tenha dito não ter se masturbado durante a videochamada. O pai de santo também negou ter oferecido banhos para as fiéis.
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