Família de jovem e cadeirante agredidos por PMs em Piracicaba diz viver com medo
Policiais teriam intimidado e xingado namorada da vítima; OUTRO LADO: secretaria diz que Corregedoria está à disposição para receber novas denúncias
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A família do jovem agredido por policiais militares em Piracicaba, no interior de São Paulo, no começo de abril, diz que vive com medo após o episódio, quando tiveram a casa invadida pelos agentes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas). Na ocasião, o pai dele, cadeirante, também foi agredido ao tentar intervir e chegou a ser atingido por um armário jogado por um dos PMs.
De acordo com o advogado José Oscar Silveira Junior, que representa o jovem, naquela mesma semana a namorada dele foi abordada por dois policiais ao sair de casa. Os agentes teriam ficado por cerca de uma hora em uma viatura em frente à casa dela.
De dentro do carro, os PMs teriam perguntado o que ela estava olhando e a teriam xingado de "marmita de bandido". A mulher mora no Jaraguá, bairro de Piracicaba próximo do Cantagalo, onde ocorreu a agressão.
O advogado diz que a família está com medo de registrar uma nova ocorrência. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o inquérito policial sobre o caso foi encaminhado à Justiça Militar. E disse que a Corregedoria da Polícia Militar está à disposição para receber denúncias sobre conduta para que os fatos sejam devidamente investigados.
Segundo o pai do jovem, a família está com a vida parada, e o filho, que é servente de pedreiro, tem receio de voltar a circular e ainda não voltou a trabalhar. O caso aconteceu em 1º de abril e foi registrado como desacato.
Na tarde daquela segunda-feira, segundo o boletim de ocorrência, policiais disseram que estavam em patrulhamento na região quando notaram uma motocicleta com placa sem lacre e decidiram abordar o condutor, que é amigo do morador agredido.
O morador teria, ainda segundo os PMs, se aproximado e desobedecido a ordem para se manter afastado, xingado os policiais e tentado dar um soco em um deles. Os agentes então usaram a arma de choque no tórax e no braço do jovem, antes que ele corresse para dentro de casa.
A versão do agredido, no entanto, é diferente. Disse que estava na frente de casa bebendo com o amigo, quando o colega saiu para buscar dinheiro para comprar mais bebida. Ao voltar, foi abordado pelos PMs.
O morador teria ido ao encontro do amigo para saber o que estava acontecendo. Segundo seu relato, os policiais ordenaram que ele se retirasse, mas ele questionou a ordem dizendo que estava em local público.
Parte da ocorrência foi filmada, e as imagens mostram o jovem sentado na calçada recebendo golpes de cassetete e choques. Ele se levanta e entra em casa, e ao menos três PMs invadem a residência.
Os policiais entraram na casa sem mandado judicial, sem flagrante e sem permissão, segundo o advogado que representa o jovem.
A Ouvidoria das polícias de São Paulo instaurou um procedimento para investigar o caso e contatou a família das vítimas.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters