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Unisinos encerra quase metade dos programas de pós-graduação

Capes convocou as lideranças da instituição para debater o tema na próxima semana

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Brasília

A Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), tradicional instituição privada com sede no Rio Grande do Sul, anunciou o encerramento de 12 de seus 26 programas de pós-graduação —alguns com nível de excelência nas avaliações oficiais. Há receio da comunidade acadêmica sobre demissões de professores.

A Capes, órgão federal que regula a pós-graduação no país, convocou as lideranças da instituição para debater o tema na próxima semana.

Os programas que serão descontinuados contam com bolsas da Capes e há preocupação sobre a manutenção da oferta dos cursos a alunos matriculados e também acerca da qualidade do sistema de pós-graduação como um todo, segundo a presidente do órgão, Cláudia Queda de Toledo.

Prédio da Unisinos em São Leopoldo (RS) - Divulgação

Os 12 programas atingidos, que centralizam cursos de mestrado, doutorado e mestrado profissional, são: arquitetura, biologia, ciências contábeis, ciências sociais, comunicação, economia, enfermagem, engenharia mecânica, geologia, história, linguística aplicada e psicologia.

A baixa procura por alunos e supostos prejuízos com a manutenção dessas ofertas seriam os principais motivos para o encerramento dessas ofertas.

O programa de comunicação, por exemplo, tem nota seis no mestrado e doutorado, em uma escala que vai até sete. Psicologia e linguística têm nota cinco nos dois cursos.

No caso de comunicação, é um dos três programas com esse desempenho nota seis em todo o país, e considerado é uma referência na área.

A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação publicou nota em que lamenta que uma visão de curto prazo esteja por trás de uma decisão com potenciais impactos além da própria instituição.

"Seus grupos de pesquisa são parte de dezenas de projetos nacionais e internacionais, inclusive com financiamento —projetos esses, que serão encerrados com o fechamento do programa", diz a nota. "É lamentável que tenhamos um momento histórico e político onde essas conquistas, que tomaram anos de trabalho e investimento do País, da instituição e dos participantes do programa, sejam simplesmente descartadas."

A Folha procurou a Unisinos, mas não recebeu resposta sobre perguntas acerca do número de alunos impactados e possíveis demissões.


Em nota publicada no site da instituição, a universidade fala que a decisão ocorreu para "promover o equilíbrio financeiro da instituição" e que manterá investimentos por meio de 14 programas.

"O contexto do ensino superior brasileiro mudou radicalmente ao longo dos últimos anos", diz a nota. "Houve significativa redução do número de matrículas, resultado da crise econômica do país, da redução expressiva de financiamento público para o ensino superior e da pandemia."

Ainda segundo o texto, "os alunos desses programas não serão prejudicados, pois lhes será garantida a continuidade do curso até que concluam sua formação".

A decisão ainda não foi oficializada na Capes, embora a universidade tenha autonomia para tomar decisões como essa. No início deste mês, integrantes da Unisinos estiveram no órgão, que é ligado ao MEC (Ministério da Educação) para debater possibilidades de fusão de programas.

Os professores dos programas passaram a ser comunicados da decisão entre quarta (20) e quinta-feira (21). Nos comunicados a alunos e professores, a instituição garantiu que bolsas e cursos dos alunos matriculados serão mantidos.

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