Fazer cocô dia sim dia não pode fazer mal à saúde?
Evacuar entre três vezes ao dia e três dias por semana é considerado saudável
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Na última sexta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que "fazer cocô dia sim, dia não" poderia ajudar a preservar o meio ambiente. A declaração, sobre uma prática sem impacto direto na questão, gerou dúvida: preciso fazer cocô todos os dias?
Não precisa. O consenso médico para a regularidade da evacuação é que fazer cocô de três vezes ao dia até três vezes por semana é saudável.
Entretanto, é preciso estar atento ao próprio ritmo. Pessoas que costumam fazer cocô uma vez por dia, por exemplo, devem ficar atentas se houver diminuição ou aumento da frequência da evacuação.
A constipação (prisão de ventre), bem como diarreia (intestino solto), além de incômodas, podem indicar problemas de saúde.
A constipação prolongada pode levar à formação do fecaloma, uma massa de fezes endurecidas que interrompe o trânsito intestinal podendo causar dor e inchaço do abdômen.
Já a frequência muito superior a três evacuações ao dia, em especial no caso de fezes líquidas (diarreia), dispara o alerta para a consulta a um profissional, pois, além da possibilidade de causar desidratação, também pode estar relacionada a outras enfermidades.
O formato das fezes, assim como a regularidade da evacuação, é um fator importante e revelador, observado por médicos em todo o mundo para diagnósticos.
A Escala de Bristol para Consistência de Fezes (Bristol Stool Form Scale, em inglês) nasceu com o propósito de ilustrar —com imagens e descrições— as variações de formato e consistência de fezes e as causas associadas a cada um dos sete tipos registrados.
Desenvolvida por S. J. Lewis e Kenneth W. Heaton, pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, a escala foi validada também no Brasil e ajuda médicos a avaliarem a saúde de pacientes.
Isso porque diarreias infecciosas, constipação intestinal, incontinência anal, síndrome do intestino irritável e colites (infecção do intestino grosso) são doenças que alteram o formato das fezes e a frequência de evacuação.
A escala foi inovadora. Antes do trabalho, os autores constataram que era muito difícil obter uma descrição precisa dos pacientes sobre o formato das fezes. Com ilustrações simples, foi possível aumentar a taxa de sucesso na detecção do formato mais próximo do real.
Os sete tipos de formatos descritos pela Escala de Bristol indicam, em suma, as situações mais comuns entre os pacientes: os tipos 1 e 2 apontam para prisão de ventre, situações em que se recomenda beber bastante água e um incremento na quantidade de fibras da dieta; os tipos 3, 4 e 5 indicam situação, respectivamente, normal, saudável e aceitável; quanto aos tipos 6 e 7, que indicam a possibilidade de diarreia ou confirmam a sua ocorrência, recomenda-se buscar auxílio médico e manter a hidratação.
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