Siga a folha

Descrição de chapéu Projeto Saúde Pública

Esporotricose não é grave para humanos, mas pode ser fatal para gatos; entenda

Animais não são culpados, mas vítimas; doença pode ser controlada com castração e redução de abandono

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), alerta que a esporotricose, doença que acomete gatos e pode ser transmitida para humanos, está descontrolada. Como a Folha mostrou, ele e outros pesquisadores trabalham para que a zoonose seja de notificação compulsória em todo o país.

Gato recebe atendimento no Rio - Nelson Duarte - 4.ago.2023/Prefeitura do Rio

A doença é benigna em pessoas, mas nos felinos pode ser fatal. Entenda a seguir.

Tire suas dúvidas sobre esporotricose

O que é esporotricose?

É uma micose que provoca lesões na pele causada por fungos. O Sporothrix brasiliensis é responsável pela alta de casos no Brasil. O outro —Sporothrix schenckii— está diminuindo no país. O schenkii pode ser encontrado em plantas, palhas, fragmentos de vegetais e fibras. As vítimas desse tipo de fungo são agricultores e demais trabalhadores rurais. "Atualmente, no Brasil, 90% é pelo brasiliensis, a transmissão felina", explicaTelles.

Como a esporotricose é transmitida?

A transmissão da esporotricose ocorre entre gatos e deles para cães e seres humanos através de mordidas, arranhões e do contato com as lesões dos infectados. Os bichanos carregam o fungo nas garras, na saliva e no sangue. Cachorros e humanos não transmitem.

Quais os sinais da esporotricose?

Ferida na pele é a principal queixa que o tutor leva ao veterinário, de acordo com Ana Claudia Balda, diretora da Faculdade de Veterinária da FMU.

No início da manifestação clínica, as lesões de esporotricose podem ser confundidas com qualquer outro ferimento, comuns em gatos e geralmente provocados por brigas.

"É uma ferida profunda, com bastante crosta, que sangra e não cicatriza. Quanto mais rápido o animal for levado ao veterinário, maior será a chance de sucesso do tratamento", explica a médica.

O diagnóstico é feito com base na citologia, cultura micológica e alguns exames moleculares.

A esporotricose mata?

Em gatos, o Sporothrix brasiliensis se espalha com maior facilidade e pode causar quadros infecciosos mais severos. O fungo pode invadir o sistema linfático, afetar os olhos e as vias respiratórias. A infecção tem rápida evolução e pode matar o gato, principalmente se o felino já tiver problemas de saúde.

A esporotricose é perigosa para pessoas?

Em seres humanos a esporotricose é benigna, mas pessoas imunodeprimidas merecem atenção, porque nelas há a possibilidade de evolução para formas graves. É o caso de pacientes com HIV e câncer e idosos com o sistema imune comprometido, por exemplo, segundo a infectologista do Hospital Osvaldo Cruz, Helena Lemos Petta.

Há tratamento disponível no SUS?

O Ministério da Saúde fornece tratamento para seres humanos. O SUS (Sistema Único de Saúde disponibiliza o medicamento itraconazol e formulações lipídicas de anfotericina B.

Quais as medidas primordiais para controle da doença?

Castrar os animais para diminui a necessidade de interação com outros gatos; impedir o acesso desses animais às ruas; tratar se estiverem infectados e não abandoná-los.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas