Maioria dos donos de cães dos EUA hesita sobre vacinas caninas, aponta estudo

Dos entrevistados, 30% consideram as vacinas para cachorros desnecessárias; para 37%, elas são inseguras

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Sandra Stojanovic, Rollo Ross e Jorge Garcia
Reuters

O movimento antivacina que floresceu durante a pandemia de Covid-19 parece aplicar-se também aos donos de cães, aumentando o risco de doenças para os animais, os seus tutores e veterinários.

Segundo o estudo da Hesitação Vacinal Canina (CVH), da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, divulgado em 26 de agosto, constatou-se que 37% dos donos consideram as vacinas para cães inseguras; para 22% são ineficazes e 30% as consideram desnecessárias.

O estudo foi realizado em parceria com a empresa de pesquisa de mercado e análise de dados YouGov.

Veterinária prepara dose de vacina contra a raiva para aplicação em cadela. - Zanone Fraissat - 23.jul.2015/Folhapress

"Sabíamos que a hesitação vacinal canina existia por causa de nossas experiências anedóticas e vividas. Não sabíamos o quão difundido era", disse à Reuters o professor assistente Matt Motta, principal autor do estudo. Ele acredita que o estudo é o primeiro do tipo.

A vacina antirrábica para caninos é uma das únicas vacinas obrigatórias em muitos estados dos EUA.

No entanto, os veterinários também tentam persuadir os tutores a vacinarem seus animais contra outras doenças. Na Califórnia, veterinários recomendam vacinas contra parvovirose, hepatite canina e cinomose.

"Se houver mais cães não vacinados por aí, o risco de transmissão de doenças aumenta e, da mesma forma, para profissionais veterinários como minha irmã, para todos nós que podemos entrar em contato com animais de estimação não vacinados, estamos potencialmente em risco de adoecer", disse Motta.

Todd Calsyn, veterinário do Laurel Pet Hospital, em West Hollywood, disse que inicialmente ficou surpreso que a hesitação fosse tão grande, mas que as descobertas coincidiam com perguntas que ele recebeu de donos de cães.

"Eu acho que neste ambiente com a vacina Covid e com tudo o que está acontecendo... está começando a ser projetado nos animais de estimação", disse Calsyn.

Um relatório do Unicef em abril descobriu que pessoas em todo o mundo perderam a confiança na importância das vacinas infantis de rotina contra doenças assassinas como sarampo e poliomielite durante a pandemia de Covid.

Patty Sosa, 42, dona de um cachorro de Laguna Beach, descreveu os resultados do estudo como "chocantes".

"Você está tentando fazer o seu melhor, mas a outra pessoa se recusa a fazer sua parte", disse Sosa. "Não é divertido. Não é divertido."

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