O zagueiro iraniano Amir Nasr-Azadani, 26, foi acusado de "traição à República Islâmica do Irã" e condenado à morte. O motivo é sua participação em protestos que tomaram o país há três meses —Amir estaria envolvido na morte de um agente de segurança.

Abdullah Jafari, chefe da Autoridade Judiciária de Isfahã, cidade no centro-oeste do país, disse no domingo (11) que Amir provocou uma manifestação, durante a qual três agentes de segurança foram mortos.

O zagueiro está detido desde 18 de novembro e é suspeito de ter matado um dos três agentes, segundo a agência de notícias Tasnim.

Pelo menos 458 pessoas morreram na repressão às manifestações, segundo balanço da ONG Iran Human Rights (IHR), e pelo menos 14 mil pessoas foram detidas segundo a ONU.

O sindicato mundial de jogadores profissionais, a FIFPro, declarou-se chocado com a sentença de morte para o jogador.

"A FIFPro está chocada e enojada com as notícias de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani pode ser executado no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdades fundamentais no país. Somos solidários com Amir", escreveu o sindicato na segunda-feira em seu Twitter

A reação segue o clamor causado nos últimos dias pela execução de dois jovens detidos durante as manifestações.

Os protestos começaram depois que Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos morreu nas mãos da polícia moral iraniana por violar o estrito código de vestimenta da República Islâmica.

O ex-jogador iranino Ali Karimi, um fervoroso defensor dos protestos, apoiou o jogador de futebol com um tweet: "Amir Nasr-Azadani é uma das vítimas deste governo que mata crianças. Não executem Amir".

Amir é zagueiro do clube iraniano Iranjavan e chegou a jogar no time sub-16 de sua seleção nacional. Ele iniciou a carreira no Rah-Ahan, de Teerã, equipe pela qual estreou na Premier League iraniana.