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Atletas paralímpicos do Brasil fazem últimos ajustes em Troyes antes de seguirem para Paris

Bicampeão paralímpico, Petrúcio Ferreira diz que etapa tem sido importante para uma melhor adaptação da delegação brasileira

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Renan Tolentino
RFI

"Allez, Brésil!" (Vamos, Brasil!), é desta forma que moradores de Troyes apoiam os atletas paralímpicos brasileiros, que estão por lá se preparando para os Jogos de Paris 2024. A presença da delegação verde e amarela atrai a atenção de parte da população da pequena cidade, que fica a 160 km da capital francesa.

Cerca de 216 atletas de nove modalidades diferentes desembarcaram em Troyes entre os dias 12 e 17 para a fase de ambientação na França, antes de seguirem para a Vila Paralímpica, em Paris. Duas vezes medalha de ouro nos 100m rasos, Petrúcio Ferreira entende que esta etapa tem sido importante para uma melhor adaptação da delegação brasileira.

"A nossa preparação em Troyes tem sido maravilhosa. A gente veio para uma aclimatação, adaptação de fuso-horário, de clima também. Por mais que a gente esteja no verão aqui na Europa, é um verão diferente lá do Brasil, é um pouco mais frio. A gente está trabalhando bastante para chegar bem na competição. Os treinos neste momento deram uma diminuída, mas estão mais intensos agora", contou Petrúcio, que chega a Paris como o mais rápido do mundo na categoria T47, para atletas com deficiência nos membros superiores.

Petrúcio Ferreira celebra a vitória nos 100m (categoria T47) em Tóquio-2020 - Reuters

Ao longo destes dias, os atletas estão alojados no Centro Esportivo de Aube, um complexo que oferece estrutura para os treinamentos de natação e atletismo, além de ficar próximo de locais de treino de outras delegações, como do tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, remo e canoagem, por exemplo.

"Estou me adaptando. Só tendo um pouco de dificuldades para me acostumar com o fuso-horário, porque são cinco horas a mais do que no Brasil. Mas a gente vai se adaptando, está recente, então creio que vai dar tudo certo", disse Alice Corrêa, do salto em distância na categoria T11, para atletas com deficiência visual.

Ajustes finais

Do atletismo à natação, o clima em Troyes é de fim de preparação e foco na competição, com as comissões técnicas fazendo os ajustes finais no desempenho dos atletas. Contando os dias para a estreia, os competidores também tentam controlar a ansiedade diante da expectativa nestes dias que antecedem a abertura oficial dos Jogos Paralímpicos de Paris.

"A gente está fazendo os últimos ajustes. A competição já é semana que vem. Estamos animados para fazer um bom trabalho aqui na França (...) Temos uma estrutura legal aqui em Troyes, pista boa, hotel, alimentação como no Brasil. O que está permitindo a gente trazer um pouco do Brasil para cá, para chegar na hora da competição e dar o nosso melhor", avaliou Felipe Gomes, velocista dos 400m, segundo maior medalhista paralímpico brasileiro em Paris, com seis no total (sendo 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze).

Nesta quarta-feira (21), as primeiras delegações devem começar a deixar Troyes e se instalar definitivamente na Vila Paralímpica, para a disputa dos Jogos de Paris, que começam no dia 28.

"Com certeza vai ser um evento magnífico. A gente vem treinando muito para estar aqui. Vamos entregar nosso melhor e, se Deus quiser, ter nosso melhor resultado. Como é reta final, a gente vai lapidar praticamente tudo o que a gente treinou neste ciclo. Então, agora é hora de ajustar, nadar rápido e bater na frente", destaca Lucas Mozilla, da seleção paralímpica de natação, na classe S9, que engloba nadadores com falta de coordenação motora de baixo grau nos braços e nas pernas, com incapacidade física de alto grau em uma das pernas ou com ausência de membros.

"A piscina aqui é muito boa, uma estrutura muito legal aqui em Troyes. E acho que tem boas coisas para vir por aí. Temos a chance agora de dar nosso melhor, não pensar muito e cultivar coisas boas até la", endossa Roberto Rodriguez, da natação, na categoria classe S6, para nadadores com falta de coordenação motora de grau moderado em um dos lados do corpo, de alto grau na base do tronco e nas pernas, com baixa estatura ou com ausência de membros.

Se sentindo em casa

Durante a tarde de segunda-feira (19), moradores de Troyes puderam acompanhar um treino da seleção brasileira de tênis de mesa aberto ao público. De forma tímida, os presentes aplaudiam os mesa-tenistas diante de um rally mais disputado ou de uma jogada plástica durante o treinamento intenso.

Em certo momento, chegaram a arriscar até um "Allez, Brésil!", em apoio aos jogadores, termo que em francês significa "Vamos, Brasil". Mais tarde eles ganharam o reforço de torcedores brasileiros do Movimento Verde e Amarelo (MVA), que estão em Paris desde os Jogos Olímpicos, na torcida pelo país.

"O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) forneceu a melhor experiência possível. A gente tem comida brasileira e está se sentindo em casa, muito acolhido. A gente tem um ginásio de treinamento com as mesas dos Jogos. Então, acho que forneceram a melhor experiência possível para a gente treinar bem, se sentir bem e chegar bem nos Jogos", destacou Sophia Kelmer, do tênis de mesa. Aos 16 anos, ela é a atleta mulher mais jovem da delegação paralímpica brasileira em Paris.

Em retribuição ao carinho dos torcedores locais, a mesa-tenista Carla Maia deixou um recado em francês, pedindo que eles torcessem também pelo Brasil durante as Paralimpíadas.

"Torçam pela equipe do Brasil. Nós estamos muito felizes de jogar aqui. Vamos, Brasil! Vamos, França", brincou Carla em francês.

Em Paris, a mesa-tenista faz sua estreia nos Jogos. Carla já participou de outras três edições, mas cobrindo o evento como jornalista, profissão que exercia anteriormente.

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