Siga a folha

Descrição de chapéu

Osesp grava Guarnieri para projeto que é um dos mais importantes da música clássica brasileira

Orquestra paulista apresenta 'Choros' do compositor brasileiro com solistas do grupo

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Choros de Camargo Guarnieri

Avaliação: Ótimo
  • Quando: sáb., às 19h30
  • Onde: Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3667-9500
  • Preço: grátis
  • Classificação: 7 anos

O ponto de partida veio da Filarmônica de Minas Gerais, que acaba de lançar um CD com obras de Alberto Nepomuceno (1864-1920); entre elas está a “Sinfonia em Sol Menor”, finalmente disponível em registro de excelência.

Totalmente dedicado a Camargo Guarnieri (1907-1993), o programa desta semana da Osesp será gravado —sob o comando de Isaac Karabtchevsky— para o mesmo projeto.

Idealizado há dois anos pelo Ministério das Relações Exteriores, "A Música do Brasil" inclui também a participação da Filarmônica de Goiás, que terá a incumbência de registrar as 14 sinfonias de Claudio Santoro (1919-1989).

No total serão cem obras sinfônicas de compositores brasileiros em 30 CDs a serem lançados até 2023, distribuídos nacionalmente pelo selo Clássicos e no exterior pela Naxos.

O primeiro CD da Osesp com obras de Guarnieri terá o “Choro para Flauta e Orquestra” (com solo de Claudia Nascimento), o “Choro para Violino e Orquestra” (com Davi Graton), o “Choro para Fagote e Orquestra” (com Alexandre Silvério) e a “Seresta para Piano e Orquestra” (com Olga Kopylova). Os solistas são integrantes da própria orquestra.

Guarnieri é um mestre do contraponto, e sua obra é mais cerebral do que as de Villa-Lobos e Mignone. Ele sempre impõe desafios aos intérpretes.

A sonoridade plena da flauta de Claudia Nascimento dominou a primeira obra, em que uma triste “levada”, contornada pelos tímpanos, é realizada por harpa e cravo. Belos uníssonos no terceiro movimento mostram o perfeccionismo artesanal do compositor.

Não é fácil obter transparência nos ritmos sincopados do allegro ritmado do “Choro para Violino”, que ainda precisam de mais fluência. Mas o controle do brilho sonoro do solista Davi Graton emocionou a todos, especialmente na melodia doce do "Calmo".

O caráter improvisatório do “Choro para Fagote” —última obra escrita por Guarnieri— cai perfeitamente bem para o virtuose Alexandre Silvério. Um ponto alto foi o contraponto “bachiano” entre fagote e cordas no segundo movimento.

Solada com energia e segurança pela pianista Olga Kopylova, a “Seresta” é obra de grande especulatividade harmônica, com frases urgentes e súbitas, mas os ritmos do “finale” (“Gingando”) podem ganhar mais leveza e swing.

O projeto de gravações já é um dos mais importantes da música clássica brasileira em qualquer tempo, e sua realização cuidadosa pode mudar substancialmente o desenho de nossa história: para o mundo, sem dúvida, mas antes de tudo para nós mesmos.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas